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Poda e corte do visco-branco

Linden · 23.08.2025.

A poda e o corte do visco-branco são as intervenções de gestão mais importantes e diretas que um jardineiro pode realizar para manter um equilíbrio saudável entre esta planta semiparasita e a sua árvore hospedeira. Ao contrário da maioria das plantas, o visco não é podado para estimular o seu próprio crescimento ou floração, mas sim para controlar o seu tamanho, reduzir o seu peso e limitar o stress que impõe à árvore. Uma infestação de visco não gerida pode levar ao enfraquecimento dos ramos, à redução do vigor da árvore e, em casos extremos, contribuir para o seu declínio. A poda regular e criteriosa é, portanto, essencial para uma coexistência sustentável a longo prazo.

O principal objetivo da poda do visco é controlar a sua dimensão. Um tufo de visco pode crescer bastante, tornando-se grande e denso. Este crescimento excessivo pode ter várias consequências negativas. Em primeiro lugar, desvia uma quantidade significativa de água e nutrientes do ramo hospedeiro, o que pode enfraquecê-lo. Em segundo lugar, o seu peso, especialmente quando carregado de chuva ou neve, pode sobrecarregar fisicamente o ramo, aumentando o risco de quebra. A poda para reduzir o volume e o peso do tufo de visco alivia diretamente estas duas fontes de stress na árvore hospedeira.

A melhor altura para podar o visco-branco é durante o período de dormência da árvore hospedeira, desde o final do outono até ao início da primavera. Podar nesta altura tem duas vantagens principais. Em primeiro lugar, com as folhas da árvore caídas, os tufos de visco são claramente visíveis e facilmente acessíveis. Em segundo lugar, a poda durante a dormência minimiza o stress na árvore hospedeira. As ferramentas a utilizar devem ser afiadas e limpas; uma tesoura de poda ou um serrote de poda são adequados, dependendo da espessura dos caules do visco.

A técnica consiste em cortar os caules do visco o mais próximo possível do ramo da árvore hospedeira, sem danificar a casca da árvore. É importante compreender que esta poda apenas remove a parte externa da planta. O sistema de haustórios do visco, que é a sua “raiz” interna, permanecerá vivo dentro dos tecidos do ramo. Consequentemente, novos rebentos de visco voltarão a crescer a partir do local do corte. A poda não é, portanto, uma solução única, mas sim uma tarefa de manutenção contínua que precisa de ser repetida a cada poucos anos para manter o visco sob controlo.

Objetivos da poda

A poda do visco-branco serve múltiplos propósitos, todos centrados na saúde e segurança da árvore hospedeira. O objetivo principal é a redução da carga. Isto refere-se tanto à carga parasitária (a quantidade de água e nutrientes que o visco retira) como à carga física (o peso do tufo de visco). Ao reduzir o tamanho do visco, diminuis a sua procura de recursos e alivias o stress mecânico no ramo, tornando menos provável a sua quebra. Este é o objetivo mais comum e importante da poda.

Um segundo objetivo pode ser estético. Algumas pessoas podem preferir um aspeto mais arrumado ou tufos de visco mais pequenos e discretos na árvore. A poda pode ser usada para modelar o visco e mantê-lo num tamanho que esteja em proporção com o ramo e a árvore. Também pode envolver a remoção de partes do visco que pareçam mortas ou pouco saudáveis, melhorando a sua aparência geral.

Um terceiro objetivo, menos comum, é a limitação da propagação. O visco propaga-se através das suas bagas, que são comidas e dispersas pelas aves. Se o teu objetivo é evitar que o visco se espalhe para outras árvores no teu jardim ou para as propriedades vizinhas, podes podar os tufos de visco antes que as suas bagas se formem ou amadureçam. A remoção dos ramos que produziriam bagas é uma forma eficaz de controlar a sua reprodução e conter a sua presença na área designada.

Finalmente, a poda pode ser usada para rejuvenescer um tufo de visco velho e lenhoso. A remoção de alguns dos crescimentos mais velhos e grossos pode encorajar o aparecimento de novos rebentos mais vigorosos a partir da base. No entanto, este é um objetivo secundário, pois o foco principal deve ser sempre o impacto do visco na sua árvore hospedeira. A saúde da árvore tem sempre prioridade sobre a estética do visco.

A melhor altura para podar

A escolha da altura certa para podar o visco-branco é crucial para minimizar o impacto na árvore hospedeira. O período ideal é, sem dúvida, durante a estação de dormência da árvore, que vai do final do outono ao início da primavera. Nesta altura, a árvore está em repouso e é menos suscetível ao stress ou à infeção de feridas de poda. Para árvores de folha caduca, esta época oferece a vantagem prática de uma visibilidade perfeita dos tufos de visco contra os ramos nus.

A poda no final do inverno, pouco antes do início do novo crescimento na primavera, é frequentemente considerada a melhor janela de oportunidade. Nesta altura, a árvore está prestes a iniciar o seu ciclo de crescimento ativo e será capaz de selar rapidamente quaisquer pequenos arranhões ou cortes acidentais que possam ocorrer durante o processo de poda do visco. A poda nesta altura também remove o visco antes que ele possa consumir uma grande quantidade de recursos da seiva ascendente da primavera.

Evita podar o visco durante o pico da estação de crescimento da árvore, no final da primavera e no verão. A poda nesta altura pode causar um stress desnecessário à árvore, que está a gastar energia na produção de folhas, no crescimento e, possivelmente, na frutificação. Além disso, a folhagem densa da árvore torna o acesso e a visualização dos tufos de visco muito mais difíceis.

Também é possível podar no outono, depois de as folhas da árvore terem caído. Isto pode ser particularmente útil para reduzir o peso dos tufos de visco antes da chegada da neve e do gelo do inverno, prevenindo assim a quebra de ramos. Independentemente da estação escolhida, opta sempre por um dia seco para realizar a poda, pois a humidade pode promover a propagação de esporos de fungos.

Técnicas de corte e ferramentas

A técnica para podar o visco é simples, mas requer cuidado. O objetivo é remover o crescimento externo do visco sem infligir danos significativos ao ramo da árvore hospedeira. Para tufos pequenos e jovens, uma tesoura de poda afiada e limpa (de bypass) é suficiente. Para tufos maiores e mais estabelecidos com caules lenhosos e grossos, pode ser necessário um serrote de poda pequeno e curvo. A utilização de ferramentas afiadas garante cortes limpos e reduz o risco de rasgar ou danificar a casca do hospedeiro.

Realiza o corte o mais próximo possível da base do visco, onde este emerge do ramo da árvore. Não tentes escavar ou cortar o ramo da árvore para remover o haustório, pois isso causaria uma ferida grave que poderia ser mais prejudicial do que a própria presença do visco. Aceita que o haustório permanecerá e que o visco voltará a crescer. A poda é uma medida de controlo, não de erradicação.

Sê metódico e trabalha cuidadosamente à volta do tufo, cortando os seus ramos um a um ou em pequenas secções. Tem cuidado para não deixares que grandes pedaços de visco caiam de forma descontrolada, pois podem danificar outros ramos da árvore ou plantas por baixo. Se estiveres a trabalhar em altura, utiliza sempre equipamento de segurança adequado, como um arnês, ou considera contratar um arborista profissional para ramos que não sejam facilmente acessíveis a partir do solo ou de uma escada estável.

Após a poda, é importante limpar e esterilizar as tuas ferramentas, especialmente se fores trabalhar noutra árvore. Limpa qualquer seiva ou detritos das lâminas e depois passa-lhes um pano com álcool ou uma solução de lixívia a 10% para matar quaisquer agentes patogénicos. Esta prática de boa higiene previne a propagação acidental de doenças entre as plantas do teu jardim.

Remoção completa vs. controlo

Em algumas situações, o objetivo pode não ser apenas controlar o visco, mas removê-lo completamente de um ramo ou de uma árvore inteira. É crucial entender que a simples poda do crescimento externo do visco, como descrito acima, não o erradicará. O sistema de haustórios dentro do ramo hospedeiro sobreviverá e produzirá consistentemente novos rebentos. A poda para controlo é uma tarefa de manutenção recorrente, necessária a cada 2 a 5 anos, dependendo da rapidez com que o visco volta a crescer.

A única forma de remover completamente um tufo de visco é remover a parte do ramo da árvore hospedeira onde ele está implantado. Isto envolve podar o próprio ramo, fazendo um corte pelo menos 30 centímetros a jusante (mais perto do tronco) do ponto de fixação do visco. Este corte remove toda a secção de madeira que contém o sistema de haustórios. Este é um método drástico e só deve ser considerado se o ramo estiver severamente enfraquecido pelo visco ou se a erradicação total for o único objetivo aceitável.

Esta remoção do ramo hospedeiro deve ser feita seguindo as boas práticas de poda de árvores, cortando logo a seguir à crista da casca do ramo, sem danificar o colar do ramo. Isto permite que a árvore sele a ferida de forma eficaz. A remoção de grandes ramos pode afetar significativamente a estrutura e a aparência da árvore, pelo que esta decisão não deve ser tomada de ânimo leve. Para ramos grandes ou para a remoção de múltiplas infestações, é fortemente recomendado consultar um arborista certificado.

Existe um método menos comum que envolve cobrir o coto de visco recém-podado com plástico preto opaco para bloquear toda a luz. A teoria é que, sem luz, os novos rebentos não podem fazer fotossíntese e acabam por esgotar as suas reservas de energia. Embora isto possa funcionar em alguns casos, é muitas vezes impraticável de manter a longo prazo e pode criar um ambiente húmido sob o plástico que encoraja o apodrecimento do ramo hospedeiro. A remoção do ramo continua a ser o único método 100% eficaz para a erradicação.

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