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O ouro da varanda: doenças e pragas

Linden · 22.08.2025.

Apesar de o Bidens ferulifolia ser conhecido pela sua robustez e relativa resistência, não está completamente imune ao ataque de certas pragas e ao desenvolvimento de doenças, especialmente quando as condições de cultivo não são as ideais. Estar atento e saber identificar os primeiros sinais de problemas é fundamental para agir rapidamente e evitar que uma pequena infestação ou uma doença se transforme num problema grave que comprometa a saúde e a beleza da tua planta. Um “ouro da varanda” saudável e vigoroso, que recebe os cuidados adequados em termos de luz, água e nutrientes, terá sempre uma maior capacidade de resistir a estes ataques. No entanto, a prevenção e a vigilância constante são as melhores ferramentas de qualquer jardineiro para manter as suas plantas protegidas.

As pragas mais comuns que podem afetar o Bidens são insetos sugadores, como os afídios (pulgões) e a mosca-branca, que se alimentam da seiva da planta, enfraquecendo-a e podendo transmitir vírus. Por outro lado, as doenças são maioritariamente de origem fúngica, como o oídio e a ferrugem, favorecidas por condições de humidade elevada e pouca circulação de ar. Identificar corretamente o inimigo é o primeiro passo para escolher o tratamento mais eficaz e adequado, privilegiando sempre que possível métodos de controlo biológico ou de baixo impacto ambiental antes de recorrer a pesticidas químicos.

A prevenção desempenha um papel crucial. Muitas infestações e doenças podem ser evitadas simplesmente garantindo que a planta cresce num ambiente que promove a sua saúde. Isso inclui proporcionar uma boa circulação de ar entre as plantas, evitar molhar a folhagem durante a rega, especialmente ao final do dia, e remover prontamente quaisquer folhas ou flores mortas que possam servir de abrigo para pragas ou esporos de fungos. Uma inspeção regular da planta, observando a parte inferior das folhas e os caules, permite detetar os problemas numa fase inicial.

Neste guia, vamos abordar as pragas e doenças mais comuns que podem afetar o teu Bidens ferulifolia. Aprenderás a identificar os sintomas característicos de cada problema, desde os danos visíveis causados pelos insetos até às manchas e pós típicos das doenças fúngicas. Além disso, forneceremos um conjunto de estratégias de controlo e tratamento, com foco em soluções práticas e eficazes para que possas manter o teu ouro da varanda livre de problemas e a florescer esplendidamente durante toda a estação.

Pragas comuns e a sua identificação

Uma das pragas mais frequentes no Bidens ferulifolia são os afídios, mais conhecidos como pulgões. Estes pequenos insetos, que podem ser verdes, pretos ou amarelos, tendem a aglomerar-se nos rebentos novos e na parte inferior das folhas, onde se alimentam sugando a seiva da planta. A sua presença é muitas vezes denunciada por uma substância pegajosa e brilhante que excretam, chamada melada, que pode cobrir as folhas e atrair formigas ou levar ao desenvolvimento de um fungo negro conhecido como fumagina.

Outro visitante indesejado é a mosca-branca. Estes insetos minúsculos, que se assemelham a pequenas mariposas brancas, também se encontram na parte inferior das folhas. Quando a planta é abanada, levantam voo numa nuvem característica. Tal como os afídios, alimentam-se da seiva, causando o amarelecimento e a deformação das folhas. As infestações severas podem enfraquecer significativamente a planta e reduzir a sua capacidade de floração.

Os ácaros-aranha (ou aranhiços-vermelhos) são outra praga potencial, especialmente em condições de tempo quente e seco. Estes aracnídeos minúsculos são difíceis de ver a olho nu, mas a sua presença é revelada por finas teias de aranha na planta e por um pontilhado amarelado ou bronzeado nas folhas. Sugam o conteúdo celular das folhas, o que lhes confere um aspeto descolorido e seco, podendo levar à sua queda prematura em casos de ataques severos.

Ocasionalmente, as lagartas de várias espécies de borboletas ou mariposas podem também alimentar-se das folhas do Bidens. Os danos são facilmente identificáveis pela presença de buracos nas folhas ou margens “comidas”. Embora uma ou duas lagartas não representem uma grande ameaça, uma infestação maior pode desfolhar a planta rapidamente. A inspeção visual regular permite a sua remoção manual antes que causem estragos significativos.

Métodos de controlo de pragas

Para infestações ligeiras das pragas mais comuns, como afídios e moscas-brancas, muitas vezes a solução mais simples e ecológica é a mais eficaz. Um jato de água forte, direcionado para as áreas afetadas, pode ser suficiente para desalojar e eliminar uma grande parte da população de insetos. Este método deve ser aplicado de manhã para que a folhagem tenha tempo de secar, e pode ser repetido a cada poucos dias até que a praga esteja sob controlo.

Se a intervenção física não for suficiente, o passo seguinte é a utilização de inseticidas de contacto de baixo impacto, como o sabão inseticida (ou sabão de potássio) ou o óleo de neem. O sabão inseticida atua dissolvendo a cutícula protetora dos insetos de corpo mole, causando a sua desidratação e morte. O óleo de neem, extraído de uma árvore indiana, tem propriedades inseticidas e fungicidas, atuando como um repelente e regulador de crescimento dos insetos. Ambos devem ser aplicados ao final da tarde para evitar queimar as folhas e devem cobrir bem toda a planta, incluindo a parte inferior das folhas.

No caso dos ácaros-aranha, aumentar a humidade ao redor da planta pode ajudar a controlar a sua proliferação, pois estes prosperam em ambientes secos. Borrifar a planta com água regularmente pode ser uma medida preventiva e de controlo eficaz. Para infestações estabelecidas, o óleo de neem ou acaricidas específicos podem ser necessários. As lagartas são geralmente fáceis de controlar através da catação manual; basta inspecionar a planta e removê-las assim que as detetar.

A utilização de inseticidas químicos sintéticos deve ser o último recurso, reservado para infestações muito severas que não respondem a outros tratamentos. Estes produtos podem ser prejudiciais para os insetos benéficos, como abelhas e joaninhas (que são predadores naturais dos afídios), e para o ambiente. Se for necessário recorrer a eles, escolhe um produto específico para a praga em questão e segue rigorosamente as instruções de segurança e aplicação do fabricante.

Doenças fúngicas a ter em atenção

O oídio é provavelmente a doença fúngica mais comum que pode afetar o Bidens ferulifolia. É facilmente reconhecível pelo aparecimento de uma camada de pó branco ou acinzentado nas folhas, caules e, por vezes, nas flores. Esta doença prospera em condições de humidade elevada com pouca circulação de ar, sendo mais comum em noites frescas e húmidas seguidas de dias quentes. Embora raramente seja fatal, o oídio enfraquece a planta ao cobrir a superfície das folhas, o que interfere com a fotossíntese.

Outra doença fúngica a ter em conta é a ferrugem. Esta manifesta-se pelo aparecimento de pequenas pústulas de cor laranja ou acastanhada, geralmente na parte inferior das folhas. Se passares o dedo sobre estas pústulas, libertam um pó que corresponde aos esporos do fungo. As folhas severamente afetadas podem ficar amarelas e cair prematuramente, enfraquecendo a planta e reduzindo a sua floração. A ferrugem também é favorecida por longos períodos de humidade na folhagem.

O apodrecimento da raiz, como já mencionado em outros contextos, é uma doença grave causada por vários tipos de fungos presentes no solo, como o Pythium ou o Phytophthora. Não é uma doença da folhagem, mas sim do sistema radicular, e a sua causa principal é o excesso de rega e a má drenagem do substrato. Os sintomas na parte aérea da planta incluem murcha, amarelecimento das folhas e paragem do crescimento. Quando estes sintomas aparecem, o sistema radicular já está geralmente muito comprometido.

Menos comum, mas ainda possível, é o aparecimento de manchas foliares, causadas por diferentes fungos, que se apresentam como manchas de cor, forma e tamanho variáveis nas folhas. Estas manchas podem ter um centro mais claro e uma borda escura. Em casos graves, podem unir-se e causar a queda da folha. Tal como as outras doenças fúngicas, são favorecidas pela humidade na superfície das folhas.

Prevenção e tratamento de doenças

A melhor estratégia contra as doenças fúngicas é, sem dúvida, a prevenção. Assegurar uma boa circulação de ar é fundamental; evita plantar o Bidens demasiado junto a outras plantas e escolhe um local arejado. Ao regar, direciona a água para a base da planta, evitando molhar as folhas. Se tiveres de regar por cima, fá-lo de manhã cedo para que as folhas sequem rapidamente com o sol. A remoção de folhas e detritos caídos no vaso também ajuda a reduzir as fontes de inóculo fúngico.

Se detetares os primeiros sinais de oídio ou ferrugem, remove e destrói imediatamente as folhas mais afetadas para limitar a propagação dos esporos. Para o oídio, tratamentos caseiros como uma solução de leite (uma parte de leite para nove partes de água) ou uma solução de bicarbonato de sódio (uma colher de chá por litro de água, com algumas gotas de detergente) podem ser eficazes se aplicados no início da infecção. Estes tratamentos alteram o pH da superfície da folha, tornando-a inóspita para o fungo.

Para infeções mais persistentes de oídio ou para a ferrugem, pode ser necessário recorrer a fungicidas. Existem opções de base biológica, como os que contêm enxofre ou cobre, que são eficazes contra uma vasta gama de doenças fúngicas. O óleo de neem também possui propriedades fungicidas e pode ser usado como preventivo e curativo. Aplica estes produtos seguindo as instruções do fabricante, garantindo uma boa cobertura de toda a planta.

No caso do apodrecimento da raiz, a prevenção é a única cura eficaz. Utiliza sempre um substrato com excelente drenagem e um vaso com furos adequados. Evita a todo o custo o excesso de rega. Se suspeitas de apodrecimento radicular, a única esperança é retirar a planta do vaso, cortar todas as raízes escuras, moles e com mau cheiro, e replantá-la num substrato novo e seco. No entanto, a recuperação é muitas vezes difícil, o que reforça a importância de uma rega correta desde o início.

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