Garantir que o folhado recebe uma nutrição adequada é um pilar fundamental para o seu desenvolvimento saudável, uma folhagem exuberante e uma floração invernal espetacular. Embora não seja uma planta excessivamente exigente, um fornecimento equilibrado de nutrientes essenciais permite que o arbusto atinja o seu máximo potencial estético e se mantenha resistente a stresses ambientais, pragas e doenças. Compreender as necessidades nutricionais específicas do folhado, saber quando e como fertilizar, e escolher o tipo certo de fertilizante são conhecimentos que transformam um jardineiro comum num especialista. Uma estratégia de fertilização bem planeada é um investimento direto na vitalidade e longevidade do teu arbusto, resultando numa presença marcante e duradoura no teu jardim.
O folhado prospera num solo fértil e rico em matéria orgânica, que naturalmente fornece uma vasta gama de nutrientes essenciais. Se o teu jardim já possui um solo saudável e bem cuidado, a necessidade de fertilização suplementar pode ser mínima. A melhor forma de garantir esta fertilidade natural é através da incorporação regular de composto orgânico, estrume bem curtido ou húmus de minhoca. Estes materiais não só fornecem macronutrientes como azoto, fósforo e potássio, mas também uma panóplia de micronutrientes e melhoram a estrutura do solo, a sua capacidade de retenção de água e a atividade biológica benéfica.
A análise do solo é uma ferramenta valiosa, embora muitas vezes subestimada, para determinar as necessidades nutricionais específicas do teu jardim. Um kit de análise de solo pode fornecer informações detalhadas sobre o pH e os níveis dos principais nutrientes presentes. Com base nos resultados, podes tomar decisões mais informadas sobre que tipo de fertilizante ou corretivo de solo aplicar, evitando a aplicação desnecessária ou excessiva de nutrientes, o que pode ser prejudicial tanto para a planta como para o ambiente. Por exemplo, se a análise revelar uma deficiência de fósforo, podes optar por um fertilizante com uma concentração mais elevada deste elemento.
O momento da fertilização é crucial para que os nutrientes sejam aproveitados da forma mais eficaz pela planta. A melhor altura para fertilizar o folhado é no início da primavera, quando a planta inicia o seu ciclo de crescimento ativo após a dormência invernal. Esta aplicação de nutrientes dá um impulso de energia para o desenvolvimento de novas folhas e ramos. Uma segunda aplicação, mais ligeira, pode ser feita no início do verão, após o término da floração, para ajudar a planta a recuperar e a preparar-se para a formação dos botões florais do ano seguinte.
É fundamental evitar a fertilização no final do verão ou no outono. A aplicação de fertilizantes, especialmente os ricos em azoto, nesta altura do ano pode estimular o crescimento de novos rebentos tenros que não terão tempo suficiente para amadurecer e endurecer antes da chegada do tempo frio. Estes novos crescimentos são extremamente vulneráveis a danos causados pela geada, o que pode enfraquecer a planta e abrir portas a doenças. A planta precisa de entrar gradualmente em dormência, e a fertilização tardia interfere com este processo natural.
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Escolher o fertilizante adequado
A escolha do fertilizante certo depende das necessidades do teu solo e dos teus objetivos para a planta. De um modo geral, um fertilizante equilibrado é a escolha mais segura e eficaz para o folhado. Um fertilizante equilibrado é aquele que contém proporções relativamente iguais dos três macronutrientes primários: Azoto (N), Fósforo (P) e Potássio (K). Na embalagem, isto é representado por números como 10-10-10 ou 7-7-7. O azoto promove o crescimento da folhagem, o fósforo é vital para o desenvolvimento das raízes e das flores, e o potássio contribui para a saúde geral e a resistência da planta.
Os fertilizantes podem ser divididos em duas categorias principais: orgânicos e sintéticos (químicos). Os fertilizantes orgânicos, como o composto, o estrume, a farinha de ossos ou a emulsão de peixe, libertam os seus nutrientes lentamente, à medida que são decompostos pelos microrganismos do solo. Esta libertação lenta reduz o risco de queimar as raízes e melhora a saúde do solo a longo prazo. Além disso, fornecem uma vasta gama de micronutrientes essenciais que os fertilizantes sintéticos muitas vezes não contêm.
Os fertilizantes sintéticos, por outro lado, oferecem nutrientes numa forma imediatamente disponível para a planta, o que pode ser útil para corrigir rapidamente uma deficiência nutricional. Vêm em várias formas, como granulados de libertação lenta ou líquidos solúveis em água. Embora eficazes, devem ser usados com cuidado, seguindo estritamente as instruções da embalagem. A aplicação excessiva pode queimar as raízes, prejudicar os microrganismos do solo e contribuir para a poluição das águas subterrâneas.
Para o cuidado geral do folhado, uma abordagem que combina o melhor dos dois mundos é frequentemente a mais recomendada. Utiliza a matéria orgânica como base para a fertilidade do solo, aplicando composto anualmente. Depois, se necessário, complementa com um fertilizante granulado equilibrado de libertação lenta na primavera. Esta estratégia garante uma nutrição constante e completa, promovendo um crescimento saudável e sustentável ao longo do tempo.
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Sinais de deficiências e excessos nutricionais
Aprender a observar o teu folhado pode fornecer pistas valiosas sobre o seu estado nutricional. As deficiências de nutrientes manifestam-se frequentemente através de alterações na cor e no aspeto da folhagem. Uma das deficiências mais comuns é a de azoto, que resulta em folhas mais velhas (na parte inferior da planta) a tornarem-se uniformemente amareladas e num crescimento geral lento e pouco vigoroso. A planta inteira pode adquirir um aspeto pálido e fraco.
A deficiência de fósforo é mais difícil de diagnosticar visualmente, mas pode manifestar-se por uma cor verde-escura anormalmente baça ou até arroxeada nas folhas, especialmente nas mais velhas, e por uma floração e desenvolvimento radicular fracos. A falta de potássio, por sua vez, tende a aparecer como um amarelecimento ou acastanhamento das margens das folhas mais velhas, enquanto o centro da folha permanece verde. Como mencionado anteriormente, a clorose férrica (deficiência de ferro) causa o amarelecimento das folhas novas, com as nervuras a manterem-se verdes, e é comum em solos muito alcalinos.
Tão prejudicial como a falta de nutrientes é o seu excesso, geralmente causado por uma fertilização demasiado agressiva. O excesso de azoto é o problema mais comum, resultando num crescimento vegetativo excessivo, com muitos ramos e folhas grandes e verde-escuras, mas com pouca ou nenhuma floração. Este crescimento rápido e exuberante é também mais tenro e suscetível a pragas como os afídeos.
Um excesso geral de sais de fertilizantes no solo pode levar a uma condição conhecida como “queimadura de fertilizante”. Isto ocorre quando a alta concentração de sais extrai a água das raízes por osmose, causando o seu ressecamento e morte. Os sintomas na parte aérea da planta incluem o acastanhamento e a secura das pontas e margens das folhas, murcha súbita e, em casos graves, a morte da planta. Para evitar este problema, segue sempre as doses recomendadas e rega bem após a aplicação de fertilizantes granulados.
A importância do pH do solo
O pH do solo, que mede a sua acidez ou alcalinidade, desempenha um papel indireto mas absolutamente crucial na nutrição do folhado. O pH afeta a disponibilidade dos nutrientes presentes no solo para serem absorvidos pelas raízes da planta. Mesmo que um nutriente esteja fisicamente presente em abundância no solo, se o pH for inadequado, esse nutriente pode ficar “bloqueado” quimicamente, tornando-se indisponível para a planta. Cada nutriente tem uma faixa de pH ideal em que a sua solubilidade e disponibilidade são máximas.
O folhado é bastante tolerante, prosperando numa ampla faixa de pH, desde ligeiramente ácido (cerca de 6.0) a ligeiramente alcalino (até 7.5). No entanto, a faixa ideal situa-se perto da neutralidade, entre 6.5 e 7.0. Nesta faixa, a maioria dos macro e micronutrientes essenciais está prontamente disponível para a planta. Em solos excessivamente ácidos (pH abaixo de 6.0), a disponibilidade de nutrientes como cálcio e magnésio pode ser reduzida, enquanto em solos muito alcalinos (pH acima de 7.5), micronutrientes como o ferro e o manganês tornam-se menos disponíveis.
Se suspeitares que o pH do teu solo está fora da faixa ideal, uma análise de solo confirmará os teus receios. Se o solo for demasiado ácido, pode ser corrigido através da aplicação de cal calcária ou dolomítica. Este processo, conhecido como calagem, deve ser feito gradualmente, seguindo as recomendações da análise de solo. A cal deve ser incorporada na camada superior do solo alguns meses antes da plantação ou aplicada superficialmente em plantas já estabelecidas.
Se, pelo contrário, o solo for demasiado alcalino, podes baixá-lo através da adição de matéria orgânica, como turfa ou composto de agulhas de pinheiro, que têm um efeito acidificante à medida que se decompõem. Para uma correção mais rápida, pode-se usar enxofre elementar ou sulfato de alumínio. No entanto, a alteração do pH do solo é um processo lento e contínuo, e a manutenção de um nível adequado de matéria orgânica é muitas vezes a melhor estratégia a longo prazo para tamponar o pH e garantir a disponibilidade de nutrientes.
Fertilização de folhados em vasos
Os folhados cultivados em vasos ou contentores têm necessidades de fertilização distintas dos plantados no solo. O volume limitado de substrato no vaso significa que os nutrientes são esgotados muito mais rapidamente, tanto pela absorção da planta como pela lixiviação durante a rega. Portanto, as plantas em vaso dependem inteiramente de uma fertilização regular para se manterem saudáveis e vigorosas. Sem um fornecimento constante de nutrientes, rapidamente mostrarão sinais de deficiência e o seu crescimento estagnará.
A fertilização de plantas em vaso deve começar na primavera, quando o crescimento ativo recomeça. Existem várias opções eficazes. Uma abordagem consiste em incorporar um fertilizante granulado de libertação lenta no substrato no início da estação. Estes fertilizantes libertam nutrientes gradualmente ao longo de vários meses, proporcionando uma alimentação de base constante. Segue as instruções da embalagem para a dosagem correta, que geralmente é baseada no diâmetro do vaso.
Para além do fertilizante de base, a aplicação de um fertilizante líquido solúvel em água a cada duas a quatro semanas durante a primavera e o verão pode ser muito benéfica. Este método fornece um impulso nutricional imediato que é rapidamente absorvido pelas raízes. Escolhe um fertilizante líquido equilibrado e dilui-o na água de rega de acordo com as instruções. Esta combinação de um fertilizante de libertação lenta e um líquido regular garante uma nutrição completa e consistente.
É importante interromper a fertilização líquida no final do verão e evitar a aplicação de qualquer tipo de fertilizante durante o outono e o inverno. Durante este período de dormência, a planta não está a crescer ativamente e não consegue utilizar os nutrientes, o que pode levar a uma acumulação prejudicial de sais no substrato. Retoma a rotina de fertilização apenas na primavera seguinte, quando os novos sinais de crescimento forem visíveis.