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Necessidades de nutrientes e fertilização da hera argelina

Linden · 05.08.2025.

Para que a hera argelina exiba todo o seu potencial, com um crescimento denso e uma folhagem de um verde profundo e vibrante, é essencial fornecer-lhe uma nutrição adequada. Embora não seja uma planta excessivamente exigente, um fornecimento regular e equilibrado de nutrientes durante a sua estação de crescimento ativo fará uma diferença notável na sua saúde e aparência. A fertilização repõe os nutrientes que são consumidos pela planta ou lixiviados do solo com as regas, garantindo que ela tenha sempre acesso aos blocos de construção de que necessita para prosperar. Entender quando, como e com o quê fertilizar é um passo fundamental para elevar o cuidado desta planta de bom a excelente.

A hera argelina beneficia mais da fertilização durante os seus períodos de crescimento ativo, que ocorrem tipicamente na primavera e no verão. É nestas estações que a planta está a produzir novos caules e folhas a um ritmo acelerado, consumindo uma maior quantidade de nutrientes. Durante este tempo, recomenda-se a aplicação de um fertilizante a cada duas a quatro semanas. A frequência exata dependerá do tipo de fertilizante utilizado e da vitalidade da planta. Uma planta em crescimento rápido num local com boa luz beneficiará de uma alimentação mais regular do que uma planta em condições de luz mais baixa.

No outono, à medida que os dias ficam mais curtos e as temperaturas descem, o crescimento da hera começa a abrandar. Este é o momento de reduzir gradualmente a frequência da fertilização. No inverno, a planta entra num estado de dormência, onde o crescimento é mínimo ou inexistente. Durante este período de descanso, a fertilização deve ser completamente suspensa. Alimentar uma planta dormente é não só desnecessário, como pode ser prejudicial, pois os nutrientes não utilizados acumulam-se no solo sob a forma de sais, o que pode queimar as raízes sensíveis.

É importante observar a planta para ajustar o calendário de fertilização. Se notar um crescimento rápido e vigoroso, pode manter ou até aumentar ligeiramente a frequência. Se, por outro lado, a planta parecer estagnada ou se o seu crescimento for lento apesar das boas condições de luz e água, pode ser um sinal de que precisa de ser alimentada. No entanto, é crucial primeiro descartar outras causas para o crescimento lento, como falta de luz, problemas de rega ou um vaso demasiado pequeno, antes de aumentar a dose de fertilizante.

Plantas recém-adquiridas ou recém-transplantadas têm necessidades diferentes. A maioria dos substratos comerciais de qualidade já vem com uma carga inicial de fertilizante de libertação lenta. Portanto, após o reenvasamento, é aconselhável esperar pelo menos quatro a seis semanas antes de iniciar um programa de fertilização regular. Isto dá tempo para que as raízes se estabeleçam no novo solo sem o risco de serem queimadas por um excesso de nutrientes.

Escolher o fertilizante certo

A escolha do fertilizante adequado é crucial para fornecer à hera argelina os nutrientes de que ela necessita na proporção correta. Para plantas de folhagem como a hera, um fertilizante equilibrado é geralmente a melhor opção. Procura um produto em que os três números principais no rótulo – que representam Nitrogénio (N), Fósforo (P) e Potássio (K) – sejam iguais ou muito semelhantes, como 10-10-10 ou 20-20-20. O nitrogénio é particularmente importante para a hera, pois é o principal responsável pelo desenvolvimento de folhas verdes e luxuriantes.

Existem diferentes formulações de fertilizantes disponíveis, incluindo líquidos, granulados de libertação lenta e espigas de fertilizante. Os fertilizantes líquidos são uma excelente escolha para a hera argelina, especialmente para plantas em vasos, porque são de ação rápida e permitem um controlo preciso sobre a quantidade de nutrientes fornecida. Devem ser diluídos em água de acordo com as instruções do fabricante – ou, para maior segurança, diluídos para metade da força recomendada – e aplicados durante a rega. Esta prática de “alimentar fracamente, semanalmente” (ou quinzenalmente) evita o choque de uma dose concentrada de nutrientes.

Os fertilizantes de libertação lenta, como os granulados que se misturam no solo ou as espigas que se inserem no substrato, são uma opção de baixa manutenção. Estes produtos libertam gradualmente os nutrientes ao longo de um período de vários meses, eliminando a necessidade de aplicações frequentes. São particularmente úteis para plantas no exterior ou para jardineiros que preferem uma abordagem mais simples. No entanto, oferecem menos controlo sobre a libertação de nutrientes e é importante seguir as instruções da embalagem para não aplicar em excesso.

As opções orgânicas, como emulsão de peixe, composto de minhocas ou chá de composto, são alternativas fantásticas aos fertilizantes sintéticos. Estes produtos não só fornecem uma gama de macro e micronutrientes, mas também melhoram a estrutura do solo e a sua atividade biológica. Embora possam ter uma libertação de nutrientes mais lenta e um cheiro mais forte (no caso da emulsão de peixe), são muito suaves para as plantas e é quase impossível queimar as raízes com eles. A incorporação de matéria orgânica, como o composto, no solo durante a plantação também fornece uma base nutritiva duradoura.

Como aplicar o fertilizante corretamente

A técnica de aplicação do fertilizante é tão importante quanto a sua escolha. A regra mais importante é nunca aplicar fertilizante em solo seco. As raízes absorvem os nutrientes dissolvidos em água, e aplicar fertilizante num substrato seco pode concentrar os sais químicos junto às raízes, causando queimaduras graves. Rega sempre a planta com água limpa primeiro, deixa-a drenar um pouco e só depois aplica a solução de fertilizante. Isto garante que o solo está húmido e que os nutrientes serão distribuídos de forma mais uniforme e segura.

Ao usar fertilizantes líquidos, a diluição correta é fundamental. É sempre mais seguro errar por excesso de diluição do que por defeito. A recomendação geral de diluir para metade da força indicada na embalagem é uma prática segura que previne a sobrefertilização, especialmente para plantas de interior que têm um volume de solo limitado. A aplicação deve ser feita diretamente no solo, em redor da base da planta, evitando o contacto direto com as folhas, embora a maioria dos fertilizantes equilibrados não cause problemas se isso acontecer acidentalmente.

Para fertilizantes granulados de libertação lenta, a aplicação deve ser feita de forma uniforme sobre a superfície do solo, evitando o contacto direto com o caule da planta. Após a aplicação, os grânulos devem ser ligeiramente incorporados na camada superior do solo para garantir um bom contacto e facilitar a sua decomposição e a libertação dos nutrientes. Uma rega ligeira após a aplicação ajuda a ativar o fertilizante e a iniciar o processo de libertação.

Independentemente do tipo de fertilizante utilizado, é uma boa prática “lavar” o solo a cada poucos meses. Este processo, também conhecido como lixiviação, envolve regar abundantemente a planta no lavatório ou no exterior, permitindo que a água corra através do vaso por vários minutos. Isto ajuda a remover o excesso de sais minerais que se acumulam no solo ao longo do tempo devido à fertilização e à água da torneira. A acumulação de sais pode alterar o pH do solo e danificar as raízes, e a lixiviação periódica ajuda a manter o ambiente radicular saudável.

Reconhecer sinais de deficiência e excesso

A observação atenta da hera argelina pode revelar se as suas necessidades nutricionais estão a ser satisfeitas. Sinais de deficiência de nutrientes incluem um crescimento lento ou estagnado, folhas mais pequenas do que o normal e uma aparência geral fraca. Uma deficiência de nitrogénio, o nutriente mais comum em falta, manifesta-se tipicamente pelo amarelecimento das folhas mais velhas, na base da planta, que acabam por cair. As folhas novas podem parecer pálidas ou verde-claras.

Outras deficiências são menos comuns, mas podem ocorrer. A falta de potássio pode manifestar-se com o amarelecimento ou acastanhamento das margens das folhas. Uma deficiência de magnésio pode causar clorose intervenal, onde os tecidos entre as veias da folha ficam amarelos enquanto as veias permanecem verdes. Se suspeitares de uma deficiência nutricional, a aplicação de um fertilizante equilibrado e completo, que contenha também micronutrientes, é geralmente a melhor solução.

A sobrefertilização é um problema tão ou mais comum do que a subfertilização e pode ser mais prejudicial. Os sinais de excesso de fertilizante incluem a acumulação de uma crosta branca ou amarelada na superfície do solo ou no rebordo do vaso, que são sais cristalizados. As folhas podem desenvolver pontas e margens castanhas e queimadas, e a planta pode murchar subitamente, mesmo que o solo esteja húmido. Em casos graves, as folhas mais baixas podem amarelecer e cair, e o crescimento pode parar completamente.

Se suspeitares de sobrefertilização, a primeira medida é parar imediatamente de alimentar a planta. O passo seguinte é realizar uma lixiviação completa do solo para lavar o excesso de sais, conforme descrito anteriormente. Rega o vaso abundantemente com água limpa, deixando-a escorrer livremente por pelo menos cinco a dez minutos. Deixa o solo secar adequadamente antes da próxima rega e abstém-te de fertilizar por pelo menos um mês ou até que a planta mostre sinais de recuperação. Quando retomares a fertilização, fá-lo com uma solução muito mais diluída.

O papel dos micronutrientes e da matéria orgânica

Embora o foco esteja muitas vezes nos macronutrientes (N-P-K), os micronutrientes são igualmente vitais para a saúde da planta, embora sejam necessários em quantidades muito menores. Elementos como ferro, manganês, zinco, cobre e boro desempenham papéis cruciais em vários processos enzimáticos e na fotossíntese. A maioria dos fertilizantes comerciais “completos” inclui uma gama destes micronutrientes. A sua falta pode levar a problemas específicos, como a clorose férrica (amarelecimento das folhas novas com veias verdes), que ocorre frequentemente em solos com pH elevado.

A utilização de fertilizantes orgânicos e a incorporação de matéria orgânica no solo são excelentes formas de fornecer um espectro completo de micro e macronutrientes de forma equilibrada e natural. O composto, o húmus de minhoca e outros materiais orgânicos decompõem-se lentamente, libertando nutrientes de forma gradual e melhorando a estrutura do solo, a sua capacidade de retenção de água e a sua atividade microbiana. Um solo biologicamente ativo ajuda a tornar os nutrientes mais disponíveis para as raízes da planta.

O pH do solo desempenha um papel fundamental na disponibilidade de nutrientes. A hera argelina prefere um solo ligeiramente ácido a neutro, com um pH entre 6.0 e 7.5. Se o pH do solo for demasiado alto (alcalino) ou demasiado baixo (ácido), certos nutrientes podem ficar “bloqueados” no solo, tornando-se indisponíveis para a planta, mesmo que estejam presentes. A matéria orgânica ajuda a tamponar o pH do solo, mantendo-o numa faixa mais estável e favorável.

Em resumo, uma abordagem equilibrada é a melhor. A combinação de um programa de fertilização regular com um fertilizante líquido equilibrado durante a estação de crescimento, juntamente com a manutenção de um solo saudável e rico em matéria orgânica, fornecerá à tua hera argelina tudo o que ela precisa. Esta abordagem dupla não só nutre a planta diretamente, mas também cultiva um ambiente de solo vivo que apoia a saúde da planta a longo prazo.

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