A poda e o corte do cravo-de-defunto, embora não sejam tarefas estritamente necessárias para a sua sobrevivência, são técnicas de jardinagem simples que podem melhorar drasticamente a aparência, a saúde e, mais importante, a quantidade de flores que a planta produz. Estas práticas de manutenção, como o “pinching” (beliscar) e o “deadheading” (remoção de flores murchas), são intervenções fáceis que orientam o crescimento da planta, incentivando-a a tornar-se mais cheia e a canalizar a sua energia para a produção de novas flores em vez de sementes. Dominar estas técnicas transformará as suas plantas de cravo-de-defunto de simples flores de jardim em espécimes exuberantes e continuamente floridos, maximizando o seu impacto visual desde o início do verão até às primeiras geadas.
A prática do “pinching” ou beliscar é uma forma de poda formativa realizada no início da vida da planta. Quando uma muda de cravo-de-defunto atinge cerca de 10 a 15 centímetros de altura, a remoção da ponta do caule principal (o broto apical) com os dedos ou uma tesoura afiada incentiva a planta a ramificar-se. Esta ação remove a dominância apical, que é a tendência da planta para crescer verticalmente a partir do seu caule principal. Como resultado, os brotos laterais dormentes nos nós das folhas inferiores são estimulados a crescer, criando múltiplos caules em vez de um único caule principal.
O resultado do “pinching” é uma planta com uma forma muito mais densa, arbustiva e arredondada. Em vez de uma planta alta e talvez um pouco esguia com uma ou duas flores no topo, você terá uma planta mais baixa e robusta com numerosos ramos, cada um capaz de produzir as suas próprias flores. Embora esta técnica possa atrasar a primeira floração em uma ou duas semanas, o retorno do investimento é uma planta muito mais cheia e uma exibição de flores significativamente mais abundante e duradoura ao longo da estação. É um pequeno sacrifício inicial para uma recompensa muito maior.
A segunda técnica crucial de corte é o “deadheading”, que é a prática contínua de remover as flores assim que elas começam a murchar e a desvanecer-se. O objetivo principal de uma planta anual como o cravo-de-defunto é produzir sementes para garantir a próxima geração. Uma vez que uma flor é polinizada e começa a murchar, a planta dedica uma quantidade significativa de energia ao desenvolvimento de sementes nessa cabeça de flor. Ao cortar a flor gasta, você interrompe este processo de produção de sementes.
Esta interrupção envia um sinal à planta de que a sua missão reprodutiva ainda não foi cumprida. Em resposta, a planta redireciona a sua energia para a produção de mais botões e flores, numa nova tentativa de produzir sementes. O “deadheading” regular transforma o cravo-de-defunto numa máquina de florir, prolongando a sua estação de floração por muitas semanas ou mesmo meses. Além de promover mais flores, esta prática mantém a planta com um aspeto limpo e arrumado e pode ajudar a prevenir o desenvolvimento de doenças que podem começar em material vegetal em decomposição.
O “pinching” para um crescimento mais arbustivo
O “pinching”, ou beliscar, é uma técnica de poda simples, mas com um impacto transformador na forma e na floração do cravo-de-defunto. Esta intervenção é mais eficaz quando realizada em plantas jovens e vigorosas. O momento ideal é quando a muda atingiu entre 10 a 15 centímetros de altura e já possui vários conjuntos de folhas verdadeiras. Neste estágio, a planta está a concentrar o seu crescimento no caule principal, um fenómeno conhecido como dominância apical, impulsionado por hormonas produzidas no broto terminal.
A técnica em si é exatamente o que o nome sugere. Usando a ponta do polegar e do indicador, ou uma tesoura de poda pequena e limpa, remova o broto terminal do caule principal, cortando logo acima de um nó ou de um conjunto de folhas. Este corte deve remover cerca de 2 a 3 centímetros do topo da planta. A remoção deste broto terminal interrompe o fluxo de hormonas que suprimem o crescimento dos brotos laterais situados nas axilas das folhas inferiores.
Uma vez removida a dominância apical, estes brotos laterais são ativados e começam a crescer, transformando-se em novos caules. Em vez de uma única haste vertical, a planta desenvolverá múltiplos ramos, criando uma estrutura muito mais cheia e ramificada. Cada um destes novos ramos terá o potencial de produzir flores, o que aumenta exponencialmente o número total de flores que a planta pode suportar ao longo da sua vida. Esta técnica é particularmente benéfica para as variedades mais altas de cravo-de-defunto, que podem tornar-se demasiado altas e esguias se não forem beliscadas.
É importante notar que o “pinching” deve ser feito apenas uma vez, no início do desenvolvimento da planta. Beliscar a planta mais tarde na estação, quando os botões florais já se estão a formar, apenas removerá flores potenciais sem o mesmo benefício estrutural. Embora o “pinching” atrase a primeira onda de flores por um curto período, a planta resultante será mais forte, mais resistente ao vento e à chuva, e produzirá uma exibição de flores muito mais rica e contínua, tornando esta simples tarefa um dos segredos para um canteiro de cravos-de-defunto verdadeiramente espetacular.
A arte do “deadheading” para uma floração contínua
O “deadheading” é a prática de jardinagem que oferece a maior recompensa pelo menor esforço, especialmente com plantas anuais floríferas como o cravo-de-defunto. Esta tarefa contínua envolve a remoção sistemática de flores gastas, murchas ou desbotadas. O principal benefício desta prática é a promoção de uma floração incessante. Ao impedir a planta de produzir sementes, o “deadheading” engana-a, fazendo-a pensar que precisa de continuar a florir para se reproduzir. Isto redireciona a energia da planta da produção de sementes para a criação de novos botões florais.
O processo de “deadheading” é simples. Assim que uma flor de cravo-de-defunto perde a sua cor vibrante e começa a murchar, siga o seu caule para baixo até ao primeiro conjunto de folhas saudáveis. Faça um corte limpo logo acima deste conjunto de folhas. A remoção não só da flor, mas também do pequeno caule que a suporta, resulta numa aparência mais limpa e evita que a planta desperdice energia nesse caule. Pode usar uma pequena tesoura de poda ou, em muitos casos, simplesmente beliscar o caule com os dedos.
Tornar o “deadheading” um hábito regular é a chave para o seu sucesso. Tente inspecionar as suas plantas a cada dois ou três dias, especialmente durante o pico da estação de floração. A remoção rápida das flores murchas garante que a produção de novas flores nunca pare. Para além dos benefícios para a floração, o “deadheading” melhora significativamente a aparência geral das suas plantas e canteiros. Um canteiro livre de flores castanhas e murchas parece muito mais vibrante, saudável e bem cuidado.
Além disso, esta prática de saneamento tem benefícios para a saúde da planta. As flores em decomposição, especialmente em tempo húmido, podem tornar-se um local de reprodução para doenças fúngicas como o mofo cinzento (Botrytis). Ao remover este material em decomposição, você melhora a circulação de ar dentro da planta e elimina um potencial foco de infeção. O “deadheading” é, portanto, uma tarefa multifuncional que promove a beleza, a produtividade e a saúde dos seus cravos-de-defunto.
Poda de limpeza e manutenção
Para além do “pinching” e do “deadheading”, uma poda de limpeza geral ao longo da estação pode ajudar a manter os seus cravos-de-defunto saudáveis e com boa aparência. Esta manutenção envolve a remoção de quaisquer partes da planta que estejam danificadas, doentes ou amareladas. Inspecione as suas plantas regularmente para detetar folhas que estejam manchadas, mastigadas por insetos, ou que simplesmente tenham envelhecido e começado a amarelecer na base da planta.
A remoção destas folhas e caules indesejados tem vários benefícios. Em primeiro lugar, melhora a estética da planta. Em segundo lugar, e mais importante, é uma medida sanitária crucial. Folhas doentes podem ser uma fonte de esporos fúngicos ou bactérias que podem espalhar-se para o resto da planta. Ao removê-las prontamente, você pode conter a propagação de doenças. Utilize sempre uma tesoura de poda limpa e afiada para fazer cortes precisos, e descarte o material doente no lixo, não na pilha de compostagem.
A poda de manutenção também pode ser usada para melhorar a circulação de ar através da planta. Se uma planta se tornou excessivamente densa, especialmente no centro, a remoção seletiva de alguns dos caules internos pode abrir a planta. Isto permite que a luz e o ar penetrem mais profundamente, o que ajuda a prevenir doenças fúngicas que prosperam em condições de estagnação e humidade. Esta forma de desbaste deve ser feita com moderação, removendo apenas o suficiente para aliviar o congestionamento.
Ocasionalmente, um caule pode ser danificado pelo vento, pela chuva forte ou por uma passagem descuidada. Estes caules partidos devem ser podados imediatamente. Faça um corte limpo abaixo da quebra, idealmente logo acima de um nó de folha. A planta irá provavelmente brotar um novo crescimento a partir desse ponto. A poda de limpeza é uma prática contínua que, juntamente com o “deadheading”, mantém as suas plantas não só a florir, mas também estruturalmente saudáveis e livres de problemas.
Corte para arranjos florais
Os cravos-de-defunto, com as suas cores ricas e flores duradouras, são excelentes flores de corte para arranjos florais de verão e outono. O seu aroma pungente também pode ser um bónus, embora algumas pessoas o achem demasiado forte para interiores. Colher flores para arranjos é, na sua essência, uma forma de “deadheading” que lhe permite desfrutar da beleza das suas flores dentro de casa, ao mesmo tempo que estimula a planta a produzir mais flores no jardim. É uma situação em que todos ganham.
A melhor altura para cortar flores é de manhã cedo, depois de o orvalho ter secado, mas antes de o calor do dia ter começado. Neste momento, os caules estão totalmente hidratados, o que ajuda as flores a durarem mais tempo num vaso. Use uma tesoura afiada ou um canivete para cortar os caules. Escolha flores que estejam quase totalmente abertas, mas não no seu pico absoluto, pois estas durarão mais tempo. Evite flores que já mostrem sinais de desvanecimento.
Faça um corte no caule com o comprimento desejado, idealmente cortando logo acima de um conjunto de folhas ou de um broto lateral. Isto incentiva a planta a ramificar-se a partir do ponto de corte. Leve um balde com água para o jardim e coloque os caules cortados na água imediatamente. Uma vez dentro de casa, remova todas as folhas que ficariam submersas na água do vaso. As folhas em decomposição na água promovem o crescimento bacteriano, que obstrui os caules e encurta a vida das flores.
Para maximizar a vida das suas flores de cravo-de-defunto no vaso, recoloque os caules debaixo de água, cortando-os num ângulo para aumentar a área de superfície para absorção de água. Use um conservante floral comercial na água do vaso ou faça o seu próprio com uma pequena quantidade de açúcar para alimentar as flores e uma gota de lixívia para controlar as bactérias. Mantenha o arranjo longe da luz solar direta e de fontes de calor, e mude a água a cada dois dias para obter os melhores resultados.