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Doenças e pragas da onze-horas

Daria · 04.08.2025.

A onze-horas é uma planta notavelmente robusta e, em geral, pouco suscetível a problemas de doenças e pragas, especialmente quando cultivada nas condições ideais de pleno sol e solo bem drenado. A sua natureza resistente é uma das razões da sua popularidade entre os jardineiros. No entanto, nenhuma planta é completamente imune, e sob certas condições de stress, como excesso de humidade, má circulação de ar ou um crescimento demasiado denso, a onze-horas pode tornar-se vulnerável a alguns problemas. A prevenção, através de boas práticas culturais, é sempre a melhor estratégia para manter as plantas saudáveis e minimizar a necessidade de intervenções.

Os problemas mais comuns que afetam a onze-horas estão quase sempre relacionados com a água. O excesso de humidade no solo é o principal culpado pelo aparecimento de doenças fúngicas, como o apodrecimento das raízes, que é a ameaça mais séria para esta planta. Da mesma forma, uma folhagem que permanece húmida por longos períodos pode abrir a porta a doenças como o oídio. Portanto, a gestão cuidadosa da rega e a garantia de uma boa circulação de ar são as tuas ferramentas de defesa mais poderosas.

No que diz respeito às pragas, a onze-horas pode ocasionalmente ser alvo de insetos sugadores, como os pulgões, que se sentem atraídos pelos tecidos novos e tenros da planta. Embora as infestações raramente sejam graves a ponto de matar a planta, podem afetar a sua aparência e vigor se não forem controladas. A monitorização regular das plantas permite detetar precocemente a presença de pragas, tornando o seu controlo muito mais fácil e eficaz.

Nos capítulos seguintes, vamos identificar as pragas e doenças mais comuns que podem afetar a tua onze-horas, detalhar os métodos de controlo, tanto biológicos como químicos, e discutir as estratégias de prevenção mais eficazes. O objetivo é fornecer-te o conhecimento necessário para identificar rapidamente qualquer problema que surja e agir de forma decisiva, garantindo que as tuas plantas permaneçam saudáveis, vibrantes e cheias de flores durante toda a estação.

Identificação das pragas mais comuns

A praga mais frequente que podes encontrar na onze-horas é o pulgão, também conhecido como afídeo. Estes pequenos insetos em forma de pêra, que podem ser verdes, pretos ou cinzentos, tendem a aglomerar-se nas pontas dos rebentos novos, nos botões florais e na parte inferior das folhas. Eles alimentam-se perfurando os tecidos da planta e sugando a seiva, o que pode causar deformação das folhas, enrolamento e um crescimento atrofiado. Além disso, os pulgões excretam uma substância pegajosa e açucarada chamada “melada”, que pode atrair formigas e levar ao desenvolvimento de um fungo preto e fuliginoso na superfície das folhas, conhecido como fumagina.

Outra praga que pode aparecer, especialmente em condições de tempo quente e seco, é o ácaro-aranha. Estes aracnídeos minúsculos são difíceis de ver a olho nu, mas a sua presença é revelada por uma teia fina e sedosa na planta, geralmente na junção dos caules e na parte inferior das folhas. Eles também se alimentam sugando os sucos celulares, o que resulta no aparecimento de pequenos pontos amarelados ou prateados na folhagem, dando-lhe um aspeto pontilhado. Em infestações graves, as folhas podem ficar completamente amarelas ou cor de bronze e acabar por cair, enfraquecendo significativamente a planta.

A cochonilha é outra praga sugadora que, embora menos comum na onze-horas, pode atacar. Existem diferentes tipos, mas as mais reconhecíveis são as cochonilhas-algodão, que se parecem com pequenos tufos de algodão branco ceroso, geralmente encontrados nas axilas das folhas e nos caules. Elas também sugam a seiva, enfraquecendo a planta e causando o amarelecimento das folhas e a queda prematura. Tal como os pulgões, também excretam melada, o que pode levar ao aparecimento de fumagina.

Finalmente, embora não sejam insetos, as lesmas e os caracóis podem por vezes alimentar-se das folhas e flores suculentas da onze-horas, especialmente em ambientes húmidos e sombrios. Os danos são facilmente reconhecíveis pelas bordas roídas e irregulares nas folhas e pétalas, e pelos rastos de muco prateado deixados para trás. Embora a onze-horas prefira condições secas e ensolaradas que estes moluscos geralmente evitam, eles podem ser um problema durante períodos chuvosos ou se as plantas estiverem localizadas perto de áreas húmidas e abrigadas.

Métodos de controlo de pragas: biológicos e químicos

Quando confrontado com uma infestação de pragas, a primeira linha de defesa deve ser sempre os métodos de controlo menos tóxicos e mais amigos do ambiente. Para infestações ligeiras de pulgões ou ácaros-aranha, um jato forte de água de uma mangueira pode ser suficiente para desalojá-los fisicamente das plantas. Repete este processo a cada poucos dias até a população de pragas diminuir. Este método simples é surpreendentemente eficaz e não tem qualquer impacto negativo no meio ambiente ou nos insetos benéficos.

O controlo biológico é outra excelente abordagem. Incentivar a presença de predadores naturais no teu jardim, como joaninhas, crisopídeos e sirfídeos, pode manter as populações de pulgões sob controlo. Podes atrair estes aliados plantando flores ricas em néctar, como o funcho, a aneto ou a calêndula, nas proximidades. Evitar o uso de pesticidas de largo espectro é crucial, pois estes matam tanto as pragas como os seus predadores, o que pode levar a um ressurgimento ainda pior da infestação mais tarde.

Para um controlo mais ativo, mas ainda assim orgânico, o sabão inseticida e o óleo de neem são duas ferramentas valiosas. O sabão inseticida funciona por contacto, quebrando a cutícula protetora dos insetos de corpo mole, como pulgões e ácaros, causando a sua desidratação. O óleo de neem tem múltiplos modos de ação: atua como um repelente, um supressor de apetite e um regulador de crescimento que interfere com o ciclo de vida dos insetos. Ambos os produtos devem ser aplicados cuidadosamente, cobrindo todas as superfícies da planta, incluindo a parte inferior das folhas, e de preferência ao final da tarde para evitar queimar a folhagem ao sol.

O uso de pesticidas químicos sintéticos deve ser o último recurso, reservado para infestações severas que não respondem a outros métodos. Se optares por esta via, escolhe um inseticida específico para a praga que estás a combater, em vez de um de largo espectro. Lê e segue sempre as instruções do rótulo cuidadosamente para garantir a segurança e a eficácia, e para minimizar o impacto nos polinizadores e outros organismos não-alvo. Aplica os produtos químicos em dias calmos e sem vento para evitar a deriva e nunca apliques em flores abertas onde as abelhas possam estar ativas.

Prevenção e tratamento de doenças fúngicas

A prevenção é, de longe, a estratégia mais eficaz contra as doenças fúngicas na onze-horas. A doença mais devastadora é o apodrecimento das raízes e da coroa, causado por vários fungos do solo, como Pythium e Phytophthora. Estes patógenos prosperam em condições de solo encharcado e com pouco oxigénio. Para prevenir esta doença, a drenagem impecável do solo é absolutamente essencial. Utiliza um substrato arenoso e poroso e certifica-te de que os vasos têm furos de drenagem adequados. A prática de rega mais importante é permitir que o solo seque completamente entre as regas.

O oídio é outra doença fúngica que pode afetar a onze-horas, embora seja menos comum. Manifesta-se como uma camada de pó branco ou cinzento na superfície das folhas, caules e botões. O oídio desenvolve-se em condições de alta humidade e má circulação de ar. Para o prevenir, garante um espaçamento adequado entre as plantas para promover o fluxo de ar. Rega na base da planta, de manhã, para que a folhagem permaneça seca. Se o oídio aparecer, remove as partes afetadas da planta para evitar a sua propagação.

Para o tratamento de surtos iniciais de oídio, podem ser usados fungicidas orgânicos. Uma solução de bicarbonato de potássio ou um fungicida à base de enxofre pode ser eficaz. O óleo de neem também possui propriedades fungicidas e pode ajudar a controlar a propagação do oídio. Aplica estes tratamentos assim que detetares os primeiros sinais da doença e repete conforme necessário, seguindo as instruções do produto. Uma boa cobertura de todas as partes da planta é essencial para a eficácia do tratamento.

No caso do apodrecimento das raízes, uma vez que a doença está estabelecida, é muito difícil de tratar e a planta geralmente não sobrevive. Os sintomas incluem amarelecimento, murcha (mesmo com o solo húmido) e uma base de caule mole e escura. Se suspeitares de apodrecimento radicular, podes tentar remover a planta do solo, cortar todas as raízes podres (que estarão escuras e moles) e replantá-la num substrato novo e seco. No entanto, a taxa de sucesso é baixa. A prevenção, através de uma rega e drenagem adequadas, é a única abordagem verdadeiramente fiável.

Estratégias de prevenção para um jardim saudável

A criação de um ambiente de cultivo saudável é a base da prevenção de doenças e pragas. Começa com a escolha do local certo: um local com pleno sol. A luz solar intensa não só é vital para a floração da onze-horas, como também ajuda a secar rapidamente a folhagem e a superfície do solo, tornando o ambiente menos hospitaleiro para os fungos. Um solo que drena rapidamente é igualmente crucial. Se a drenagem for um problema no teu jardim, considera cultivar a onze-horas em canteiros elevados ou em vasos, onde tens controlo total sobre a composição do substrato.

A circulação de ar é outro pilar da prevenção. Evita o plantio excessivamente denso. Embora o objetivo seja criar um tapete de cor, as plantas precisam de espaço para respirar. Um espaçamento de 15 a 20 cm entre as plantas permite que o ar circule livremente, o que ajuda a manter a folhagem seca e a reduzir a incidência de doenças fúngicas como o oídio. A remoção de ervas daninhas também é importante, pois elas podem abrigar pragas e competir por recursos, enfraquecendo as tuas plantas.

A higiene do jardim, ou fitossanidade, desempenha um papel significativo. Remove regularmente as folhas mortas, as flores murchas e quaisquer outros detritos vegetais de dentro e à volta das tuas plantas de onze-horas. Este material em decomposição pode ser um viveiro para esporos de fungos e um esconderijo para pragas como lesmas e caracóis. No final da estação, em climas frios onde a planta é tratada como anual, remove e descarta completamente os restos da planta em vez de os deixares decompor no canteiro.

Finalmente, promove a biodiversidade no teu jardim. Um ecossistema de jardim equilibrado, com uma variedade de plantas, atrairá uma vasta gama de insetos, incluindo muitos predadores e parasitoides que controlam naturalmente as populações de pragas. Evitar o uso indiscriminado de pesticidas químicos é fundamental para proteger estes valiosos aliados. Um jardim saudável é um sistema resiliente, e ao adotar estas práticas preventivas, estarás a criar as condições para que a tua onze-horas prospere com um mínimo de problemas.

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