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Poda e corte da margarida do cabo

Daria · 13.06.2025.

A poda e o corte regulares são práticas de manutenção essenciais para a margarida do cabo, desempenhando um papel vital na promoção de uma floração contínua, na manutenção de uma forma compacta e atraente, e no rejuvenescimento de plantas mais velhas. Embora a planta possa crescer e florescer sem qualquer intervenção, uma abordagem proativa à poda transforma um exemplar mediano numa espetacular massa de cor. Estas técnicas não são complexas, mas a sua aplicação correta e no momento certo pode fazer uma diferença notável no vigor e na aparência da planta. Este artigo profissional aborda os diferentes tipos de poda, desde a simples remoção de flores murchas até podas de formação e rejuvenescimento, fornecendo o conhecimento necessário para esculpir e cuidar das suas margaridas do cabo de forma eficaz.

A forma mais comum e frequente de poda é a remoção de flores murchas, conhecida como “deadheading”. Este procedimento simples, mas incrivelmente eficaz, consiste em cortar as flores que já passaram do seu pico. Ao fazer isto, impede-se que a planta gaste a sua preciosa energia na produção de sementes, redirecionando esses recursos para a formação de novos botões florais. O resultado é um período de floração significativamente mais longo e uma produção de flores mais abundante. Além disso, esta prática mantém a planta com um aspeto limpo e cuidado, melhorando o seu valor ornamental.

Para além do “deadheading”, existem outros tipos de poda que se realizam em momentos específicos do ciclo de vida da planta. A poda de formação, ou “pinching” (beliscar), é realizada em plantas jovens para incentivar a ramificação. Ao remover as pontas dos caules em crescimento, força-se a planta a desenvolver múltiplos rebentos laterais, o que resulta numa planta mais densa, cheia e com mais locais para a futura floração. Esta técnica estabelece uma boa estrutura desde o início, prevenindo um crescimento esparso e pernalta.

Com o passar do tempo, especialmente em climas onde a margarida do cabo sobrevive como uma planta perene, pode tornar-se lenhosa na base e menos produtiva. Nestes casos, uma poda de rejuvenescimento, realizada no final do inverno ou no início da primavera, pode revitalizar a planta. Esta poda é mais drástica e envolve cortar a maior parte do crescimento do ano anterior, estimulando a emergência de novos caules vigorosos a partir da coroa da planta. É uma forma de “reiniciar” a planta, garantindo a sua longevidade e a qualidade da sua floração ano após ano.

Para qualquer tipo de poda, é fundamental utilizar as ferramentas certas. Uma tesoura de poda pequena e afiada (tesoura de flores) ou uma tesoura de jardim de bypass são ideais. As lâminas devem estar limpas e, se possível, esterilizadas com álcool ou uma solução de lixívia diluída entre plantas, especialmente se estiver a podar material doente. Isto previne a transmissão de doenças de uma planta para outra. Um corte limpo cicatriza mais rapidamente e é menos suscetível a infeções do que um corte esmagado ou rasgado por uma ferramenta cega.

Objetivos e benefícios da poda regular

A poda regular da margarida do cabo serve múltiplos propósitos, todos eles contribuindo para uma planta mais saudável e esteticamente mais agradável. O principal objetivo, na mente da maioria dos jardineiros, é maximizar e prolongar a floração. Ao remover estrategicamente certas partes da planta, como flores gastas ou pontas de crescimento, manipulamos os seus processos hormonais e a distribuição de energia para favorecer a produção contínua de flores. Este é o benefício mais visível e imediato da poda.

Um segundo objetivo crucial é o controlo da forma e do tamanho da planta. Sem poda, as margaridas do cabo podem tornar-se pernaltas e desordenadas, com um centro aberto e lenhoso. A poda ajuda a manter um hábito de crescimento compacto, denso e arredondado, que é característico de um exemplar bem cuidado. Esta modelação não só melhora a aparência da planta, como também a torna mais resistente, com caules mais fortes e menos propensos a quebrar com o vento ou a chuva forte.

A melhoria da saúde geral da planta é outro benefício fundamental. A poda seletiva, que remove caules mortos, danificados ou doentes, elimina potenciais pontos de entrada para patógenos. Além disso, ao abrir o centro da planta e promover uma estrutura menos densa, melhora-se a circulação de ar através da folhagem. Uma boa ventilação é uma das formas mais eficazes de prevenir o desenvolvimento de doenças fúngicas, que prosperam em condições de ar estagnado e humidade elevada.

Finalmente, a poda é uma ferramenta essencial para o rejuvenescimento. Em plantas perenes que envelhecem, a poda drástica pode estimular o crescimento de novos caules a partir da base, substituindo a madeira velha e menos produtiva. Este processo não só revigora uma planta cansada, devolvendo-lhe o seu vigor juvenil, mas também prolonga a sua vida útil no jardim, permitindo-lhe desfrutar do seu investimento por muitos mais anos. A poda é, portanto, uma prática de cuidado a longo prazo, tanto quanto uma tarefa de manutenção sazonal.

A técnica de “deadheading” para prolongar a floração

O “deadheading” é a prática de remover as flores da margarida do cabo assim que estas começam a murchar e a perder a sua cor. O fundamento biológico desta técnica é simples: o propósito de uma flor é ser polinizada para produzir sementes e assegurar a próxima geração. Este processo de produção de sementes consome uma quantidade imensa de energia da planta. Ao remover a flor antes que ela possa formar sementes, enganamos a planta, fazendo-a “pensar” que a sua missão reprodutiva falhou. Em resposta, a planta irá canalizar a sua energia para produzir mais flores, numa nova tentativa de se reproduzir.

A técnica correta de “deadheading” é importante para obter os melhores resultados. Não basta arrancar apenas as pétalas murchas. É necessário seguir o pedúnculo (o pequeno caule que suporta a flor) até ao primeiro conjunto de folhas saudáveis ou até a um ponto de ramificação no caule principal. O corte deve ser feito nesse ponto, utilizando uma tesoura de poda afiada ou os dedos. Este método não só remove a flor gasta, como também incentiva a planta a produzir novos rebentos a partir do local do corte, resultando num crescimento mais denso.

A frequência do “deadheading” é a chave para a sua eficácia. Esta não é uma tarefa para ser feita uma vez por mês, mas sim uma rotina regular, idealmente a cada dois ou três dias durante o pico da floração. Incorporar esta tarefa num passeio rápido pelo jardim pela manhã ou ao final da tarde torna-a menos intimidante e mais eficaz. Quanto mais consistentemente remover as flores murchas, mais consistente será a produção de novas flores por parte da planta.

Para além de estimular a floração, o “deadheading” regular traz outros benefícios. Melhora drasticamente a aparência da planta, mantendo-a com um aspeto fresco e vibrante. Também ajuda a prevenir doenças, como o mofo cinzento (Botrytis), que muitas vezes se desenvolve nas pétalas em decomposição das flores velhas, especialmente em tempo húmido. Ao remover este material em decomposição, está a realizar uma importante medida de saneamento que contribui para a saúde geral da planta.

Poda de formação no início da primavera

A poda de formação, também conhecida como “pinching” ou beliscar, é uma técnica crucial para estabelecer uma estrutura forte e densa em plantas jovens de margarida do cabo. Esta poda é realizada no início da estação de crescimento, geralmente na primavera, quando a planta tem entre 10 a 15 centímetros de altura e está a crescer ativamente. O objetivo é remover a ponta de crescimento terminal de cada caule principal. Isto remove a dominância apical, que é a tendência da planta para crescer para cima a partir de uma única ponta, e estimula o crescimento dos botões laterais localizados nas axilas das folhas mais abaixo no caule.

Para realizar esta poda, pode simplesmente usar a ponta dos seus dedos (o polegar e o indicador) para beliscar e remover a ponta macia e tenra do caule, logo acima de um conjunto de folhas. Alternativamente, pode usar uma tesoura de poda pequena para um corte mais limpo. Cada caule que é beliscado irá, tipicamente, ramificar-se em dois ou mais novos caules a partir desse ponto. Ao repetir este processo em todos os caules principais da planta, está a multiplicar eficazmente o número de ramos.

Embora esta poda inicial possa atrasar a primeira floração por uma ou duas semanas, a recompensa a longo prazo é imensa. Em vez de uma planta alta e esguia com poucas flores nas pontas, obterá uma planta em forma de monte, baixa, densa e cheia de folhagem. Mais importante ainda, como cada novo ramo tem o potencial de produzir uma flor, esta técnica aumenta exponencialmente o número total de flores que a planta irá produzir ao longo da estação.

Esta técnica é particularmente útil para plantas que foram iniciadas a partir de sementes ou estacas, ou para mudas compradas em viveiros que ainda não ramificaram bem. Também pode ser usada em plantas que sobreviveram ao inverno e que estão a começar o seu novo ciclo de crescimento. Uma única sessão de “pinching” na primavera é geralmente suficiente para estabelecer uma boa estrutura para o resto da estação, criando uma base sólida para um espetáculo de floração verdadeiramente impressionante.

Poda de rejuvenescimento para plantas mais velhas

Em regiões onde a margarida do cabo é cultivada como uma planta perene, é comum que, após duas ou três épocas, comece a mostrar sinais de envelhecimento. As plantas podem tornar-se lenhosas e nuas na base, com o crescimento concentrado nas extremidades dos caules. A floração pode diminuir em quantidade e qualidade. Para combater este declínio, uma poda de rejuvenescimento, por vezes chamada de poda drástica, é a solução ideal para revitalizar a planta.

O momento ideal para realizar esta poda é no final do inverno ou no início da primavera, assim que o perigo de geadas fortes tenha passado, mas antes do início do novo crescimento vigoroso. O objetivo é remover toda a madeira velha e cansada e estimular a planta a produzir novos rebentos frescos a partir da sua coroa (a base da planta ao nível do solo). Utilizando uma tesoura de poda robusta e limpa, corte todos os caules da planta a uma altura de cerca de 10 a 15 centímetros do solo.

Esta poda pode parecer chocante e severa, mas a margarida do cabo responde muito bem a ela. Após o corte, é uma excelente altura para cuidar da saúde do solo em redor da planta. Remova quaisquer ervas daninhas e aplique uma camada generosa de composto orgânico ou um fertilizante granulado de libertação lenta em redor da base da planta. Regue bem para ajudar a ativar o fertilizante e a hidratar a planta. Este fornecimento de nutrientes dará à planta a energia necessária para o surto de novo crescimento.

Dentro de algumas semanas, deverá começar a ver novos rebentos vigorosos a emergir da base da planta. Este novo crescimento será mais forte, mais saudável e produzirá uma floração muito mais abundante do que a madeira velha teria produzido. Esta poda de rejuvenescimento pode ser realizada a cada dois ou três anos, conforme necessário, para manter as suas margaridas do cabo perenes no seu auge de desempenho e prolongar significativamente a sua vida e beleza no seu jardim.

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