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Doenças e pragas da margarida-africana

Daria · 03.05.2025.

A margarida-africana, também conhecida como dimorfoteca ou margarida-do-cabo, é uma planta anual ou perene de curta duração, originária da África do Sul, de uma beleza impressionante, apreciada pelos jardineiros pelas suas flores de cores vivas, semelhantes a margaridas. Embora, em geral, seja considerada uma planta ornamental relativamente resistente, infelizmente, não está completamente isenta de diversas doenças e pragas, que podem ocasionalmente causar sérias dores de cabeça ao seu cuidador. Com os conhecimentos adequados, no entanto, estes problemas podem ser prevenidos e tratados eficazmente, assegurando assim o desenvolvimento saudável das nossas plantas e uma floração abundante. Neste artigo, apresentamos em detalhe os patógenos e pragas mais comuns que afetam a margarida-africana, e abordamos os possíveis métodos de controlo, para que todos possam desfrutar durante muito tempo destas flores soalheiras que irradiam alegria.

Aparecimento e características das doenças fúngicas

As margaridas-africanas são mais frequentemente atacadas por diversas infeções fúngicas, especialmente em condições meteorológicas húmidas e quentes, ou se as plantas estiverem plantadas demasiado juntas, o que dificulta uma adequada circulação do ar. Estas doenças podem provocar sintomas variados nas folhas, caules e até mesmo nas flores, afetando significativamente o valor estético e a vitalidade da planta. A deteção precoce e a intervenção rápida são cruciais para um controlo bem-sucedido, uma vez que uma infeção extensa é muito mais difícil de gerir. É importante lembrar que a prevenção é sempre mais simples e eficaz do que a luta contra uma doença já instalada.

Entre as doenças fúngicas mais comuns encontra-se o oídio, que forma uma camada pulverulenta branca característica na página superior e inferior das folhas, bem como nos rebentos jovens. Esta camada inibe a fotossíntese, as folhas podem deformar-se, amarelecer e, em seguida, cair prematuramente, e em casos graves pode levar ao enfraquecimento de toda a planta. Outro problema frequente é o míldio, que provoca antes uma eflorescência cinzento-esbranquiçada ou violácea principalmente na página inferior das folhas, enquanto na página superior da folha aparecem manchas amareladas e difusas. O míldio também prefere um ambiente húmido e pode propagar-se rapidamente na cultura.

A podridão das plântulas é um complexo de doenças fúngicas que ameaça especificamente as plantas jovens, em germinação ou recém-plantadas, e é causada, entre outros, por fungos dos géneros Pythium, Fusarium e Rhizoctonia. Em resultado da infeção, o caule das plantas jovens perto da superfície do solo adelgaça, amolece, e depois a planta simplesmente tomba e morre. Para prevenir isto, é crucial a utilização de um substrato de sementeira de boa qualidade e estéril, evitar a rega excessiva e assegurar uma ventilação adequada. A podridão cinzenta (Botrytis cinerea) pode também ser um hóspede frequente, especialmente com tempo fresco e húmido, e instala-se principalmente nas partes feridas da planta e nas flores murchas, onde forma um bolor cinzento e aveludado.

A base do controlo das doenças fúngicas é a prevenção, que inclui a garantia de condições de cultivo adequadas, tais como uma localização soalheira, um solo bem drenado, o respeito por uma distância de plantação ótima entre as plantas para uma boa circulação do ar, e evitar a fertilização azotada excessiva. É também importante programar corretamente a rega; regar, se possível, de manhã para que a folhagem possa secar durante o dia, e evitar molhar desnecessariamente as folhas. Se a infeção aparecer, no entanto, aos primeiros sintomas observados, as partes doentes da planta devem ser imediatamente removidas e destruídas para impedir uma propagação ulterior. Em casos mais graves, a aplicação de fungicidas apropriados pode ser necessária, mas devem sempre ser tidos em conta os aspetos ambientais e as instruções de utilização do produto.

Perigos das doenças das raízes e do colo

As doenças das raízes e do colo representam um problema insidioso para a margarida-africana, uma vez que os seus sintomas só se tornam frequentemente evidentes quando a infeção já se encontra num estádio avançado. Estas doenças são geralmente causadas por fungos do solo que penetram na planta através do sistema radicular ou da parte inferior do caule. A rega excessiva, um solo mal drenado e compactado, bem como a água estagnada, favorecem grandemente a proliferação destes patógenos e o desenvolvimento da infeção. A prevenção é aqui também de importância capital, uma vez que um sistema radicular gravemente danificado se regenera dificilmente.

Entre os fungos mais comuns que causam a podridão das raízes encontram-se as espécies de Phytophthora, Pythium e Rhizoctonia. No estádio inicial da infeção, o crescimento da planta abranda, as folhas começam a amarelecer, a murchar, mesmo que o solo pareça húmido. Isto acontece porque as raízes danificadas não conseguem absorver água e nutrientes suficientes. Se a planta for retirada com cuidado do vaso ou do solo, as raízes podem estar acastanhadas, moles, a desfazer-se, em vez de raízes sãs, brancas e vigorosas. Em casos graves, o colo também pode apodrecer, o que leva à morte rápida da planta.

A fusariose vascular, causada por fungos do género Fusarium, pode também representar uma ameaça séria. Este patógeno infeta através das raízes, propagando-se depois nos tecidos condutores da planta, obstruindo-os e impedindo assim a circulação da água e dos nutrientes. Em consequência, um lado da planta ou certos rebentos começam subitamente a murchar, a amarelecer e depois a secar, enquanto o resto da planta pode parecer temporariamente são. À medida que a doença progride, toda a planta morre. Uma característica da infeção por fusariose pode ser uma descoloração acastanhada visível na secção transversal do caule, ao longo dos feixes condutores.

Para prevenir as doenças das raízes e do colo, é essencial utilizar um solo de boa qualidade, com estrutura solta e boa capacidade de drenagem. Em caso de cultivo em recipientes, devem ser assegurados orifícios de drenagem no fundo do vaso e utilizada uma camada de drenagem. Deve evitar-se a rega excessiva, deixando sempre a camada superior do solo secar ligeiramente entre duas regas. É importante aplicar a rotação de culturas nos canteiros do jardim para reduzir a quantidade de patógenos acumulados no solo. Se forem observados sinais de infeção, as plantas afetadas devem, infelizmente, ser frequentemente removidas e destruídas para impedir uma propagação ulterior, e é aconselhável desinfetar ou substituir o solo circundante.

Ataque de pulgões e outros insetos sugadores

As margaridas-africanas podem ser atacadas não só por doenças fúngicas, mas também por diversos insetos sugadores, que causam danos ao sugar a seiva das plantas. Destes, os pulgões são os mais comuns e conhecidos, mas outros pequenos insetos podem também representar um problema sério. Os insetos sugadores não só enfraquecem a planta com os seus danos diretos, mas também podem frequentemente transmitir vírus, e a melada que excretam, sobre a qual a fumagina se desenvolve, pode agravar ainda mais o estado da planta e o seu aspeto estético. Uma inspeção regular ajuda a detetar atempadamente o aparecimento de pragas.

Os pulgões são pequenos insetos, geralmente de cor verde, preta ou amarelada, que aparecem em colónias nos rebentos jovens, na página inferior das folhas e nos botões florais. Com as suas peças bucais picadoras-sugadoras, eles sugam a seiva das plantas, o que leva à deformação das folhas, ao seu amarelecimento e à paragem do crescimento dos rebentos. Além disso, excretam melada, uma substância pegajosa e açucarada que atrai as formigas e serve de meio de cultura para os fungos da fumagina, que formam uma película preta sobre as folhas, inibindo a fotossíntese. Os pulgões reproduzem-se rapidamente, pelo que uma intervenção precoce é importante.

Os ácaros-vermelhos podem também ser hóspedes frequentes, especialmente com tempo quente e seco. Estes minúsculos aracnídeos vivem na página inferior das folhas e tecem uma teia fina. Em resultado da sua sucção, aparecem nas folhas pequenos pontos amarelados ou esbranquiçados, posteriormente as folhas adquirem um tom bronzeado, secam e caem. Em caso de infestação forte, toda a planta pode ficar coberta por uma teia de aranha. A presença dos ácaros-vermelhos é difícil de detetar devido ao seu tamanho, pelo que é aconselhável inspecionar regularmente a página inferior das folhas, mesmo com uma lupa.

Os tripes são pequenos insetos, de corpo delgado e alados, que também sugam a seiva das plantas, mas que, além disso, com as suas peças bucais raspadoras, danificam também os tecidos foliares. Em resultado dos seus danos, aparecem nas folhas manchas ou estrias prateadas ou esbranquiçadas, as pétalas das flores podem deformar-se e descolorir-se. Os excrementos dos tripes são visíveis sob a forma de pequenos pontos pretos nas folhas. Estas pragas podem também transmitir vírus. O seu controlo pode ser difícil devido ao seu modo de vida oculto e à sua rápida reprodução, pelo que se recomenda dar prioridade às medidas preventivas e aos métodos de controlo biológico.

Pragas mastigadoras e outros hóspedes ocasionais

Embora a margarida-africana não figure entre os alvos principais das pragas mastigadoras, diversas lagartas, lesmas ou mesmo gafanhotos podem ocasionalmente danificar as folhas e as flores. Estas pragas roem geralmente buracos de forma irregular, escavações nas partes da planta, o que pode causar problemas estéticos e, em casos mais graves, pode também inibir o desenvolvimento da planta. A extensão dos danos não é geralmente tão significativa como no caso das pragas sugadoras ou das doenças fúngicas, mas merece atenção.

As lagartas de diferentes espécies de borboletas podem aparecer ocasionalmente na margarida-africana e causar danos ao roer as folhas, mais raramente as pétalas das flores. A extensão dos danos depende do número e do estádio de desenvolvimento das lagartas. Em caso de um número reduzido de indivíduos, as lagartas podem ser recolhidas manualmente e eliminadas. Em caso de infestação maior, podem ser utilizados inseticidas biológicos, como os preparados à base de Bacillus thuringiensis, que atuam seletivamente sobre as lagartas, protegendo ao mesmo tempo os insetos úteis. Uma inspeção regular é importante para detetar os danos atempadamente.

As lesmas e os caracóis podem causar problemas especialmente durante os períodos húmidos e chuvosos ou nas zonas mais sombrias e húmidas do jardim. São ativos à noite e deixam para trás buracos roídos irregularmente nas folhas e nos rebentos jovens, bem como um rasto de muco característico. O controlo pode ser feito de várias maneiras: o pó de cal, a serradura ou as cascas de ovos esmagadas, espalhadas à volta das plantas, podem formar uma barreira física. Diversas armadilhas para lesmas (por exemplo, a armadilha de cerveja) podem também ser eficazes, e existem no mercado granulados anti-lesmas ecológicos.

Ocasionalmente, outras pragas mastigadoras, como alguns escaravelhos ou gafanhotos, podem também provar as folhas da margarida-africana. Os seus danos são geralmente esporádicos e pouco importantes, pelo que raramente necessitam de medidas de controlo particulares. O mais importante é manter a biodiversidade do jardim, o que favorece a presença de inimigos naturais, como os insetos predadores e as aves, que ajudam a manter sob controlo as populações destas pragas. O controlo químico só deve ser aplicado em casos justificados, como último recurso.

Doenças virais e seus sintomas

Embora na margarida-africana as doenças virais sejam menos frequentes do que as infeções fúngicas ou os problemas causados pelas pragas sugadoras, o seu aparecimento é possível. Os vírus são patógenos microscópicos que, ao penetrarem nas células da planta, submetem o seu metabolismo à sua própria reprodução. Não existem atualmente tratamentos fitossanitários específicos contra as infeções virais, pelo que a ênfase principal deve ser colocada na prevenção e no impedimento da propagação. Os vírus são frequentemente transmitidos por pragas sugadoras, como os pulgões ou os tripes, de uma planta para outra.

Os sintomas das infeções virais podem ser extremamente variados e muitas vezes difíceis de distinguir das alterações causadas por outras doenças ou carências nutricionais. Um sintoma frequente é a descoloração em mosaico das folhas, que consiste em manchas ou riscas amareladas ou verde-claras no tecido foliar verde normal. Pode também haver uma deformação das folhas, enrolamento, aspeto em colher, bem como nanismo das plantas e um desenvolvimento raquítico. A cor das flores pode mudar, elas podem ficar manchadas ou as pétalas das flores podem deformar-se. É importante notar que a intensidade dos sintomas depende do tipo de vírus, da variedade da planta e dos fatores ambientais.

O diagnóstico das infeções virais é muitas vezes incerto sem análises laboratoriais, uma vez que os sintomas podem também indicar outros problemas. Em caso de suspeita, é aconselhável isolar a planta das outras para evitar uma eventual propagação ulterior. A estratégia de prevenção mais importante é o controlo eficaz dos vetores virais, ou seja, dos insetos que transmitem os vírus. Isto inclui a vigilância regular de pulgões, tripes e outras pragas sugadoras e, se necessário, a sua redução. É preciso também garantir que os instrumentos utilizados para a poda e a divisão de tufos estejam sempre limpos e desinfetados.

Se forem observados sinais claros de infeção viral numa planta e o seu estado se deteriorar consideravelmente, a solução mais segura é, infelizmente, a remoção completa e a destruição da planta doente (não compostar!), para proteger as outras plantas ainda sãs da infeção. É importante utilizar apenas sementes e plantas sãs, provenientes de fontes fiáveis, uma vez que alguns vírus podem também transmitir-se através do material de plantação. A escolha de variedades resistentes pode também reduzir o risco de doenças virais, embora no caso da margarida-africana, pouca informação esteja disponível sobre variedades especificamente resistentes a vírus.

Estratégias gerais de prevenção e gestão integrada de pragas

Para manter a saúde da margarida-africana, o método mais eficaz é concentrar-se na prevenção e aplicar os princípios da gestão integrada de pragas. Esta abordagem implica a utilização coordenada de diferentes métodos de controlo, privilegiando as soluções respeitadoras do ambiente e limitando a utilização de pesticidas químicos apenas aos casos absolutamente necessários. As plantas sãs e em bom estado são menos suscetíveis a doenças e a ataques de pragas, pelo que a garantia de condições de cultivo apropriadas é fundamental.

O primeiro passo na prevenção é a escolha de um local de plantação adequado. A margarida-africana é uma planta que adora o sol, pelo que se lhe deve assegurar pelo menos 6 a 8 horas de sol direto por dia. O solo deve ser bem drenado, com uma estrutura solta, para evitar a asfixia das raízes e a água estagnada, que favorece os fungos causadores da podridão das raízes. É também importante respeitar uma distância apropriada entre as plantas, o que assegura uma boa circulação do ar, de modo que as folhas sequem mais rapidamente após a chuva ou a rega, reduzindo assim os riscos de infeções fúngicas.

Os hábitos de rega desempenham também um papel importante na prevenção de doenças. Deve evitar-se a rega excessiva e, se possível, regar de manhã cedo, para que a folhagem tenha tempo de secar durante o dia. A água de irrigação deve ser dirigida diretamente para o solo, e não para as folhas. Um fornecimento equilibrado de nutrientes contribui também para aumentar a resistência das plantas, mas deve evitar-se uma fertilização azotada excessiva, pois isso leva a tecidos lassos, que tornam a planta mais suscetível a doenças e a pragas sugadoras.

A gestão integrada de pragas inclui a vigilância regular das plantas para detetar atempadamente os primeiros sinais de doenças ou pragas. A remoção e destruição imediatas das partes infetadas ou danificadas da planta podem impedir a propagação do problema. Os métodos de controlo biológico, como a introdução ou atração de insetos úteis (joaninhas, crisopas) para o jardim, podem ajudar na regulação natural das populações de pragas. Apenas em último recurso, e de forma seletiva, se devem utilizar os produtos fitofarmacêuticos que menos afetem o ambiente, respeitando sempre as instruções de utilização e as regulamentações ambientais.

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