A gérbera, esta planta originária da África do Sul, que ostenta flores de cores vivas, é merecidamente popular tanto entre os entusiastas da jardinagem como entre os floristas. A sua aparência radiante, com capítulos florais que brilham em quase todas as tonalidades do arco-íris, traz alegria tanto para as nossas casas como para os nossos jardins. No entanto, para que esta beleza proporcione alegria duradoura, o conhecimento e a aplicação de cuidados adequados são essenciais. Neste artigo, exploraremos em detalhe todas as subtilezas do cultivo da gérbera para que todos possam cuidar com sucesso desta planta fascinante e maravilhar-se com as suas flores incomparáveis.
Variedades de gérberas e breve historial
O mundo das gérberas é incrivelmente diversificado; encontramos inúmeras variedades cultivadas que diferem em tamanho, forma da flor e cor. Existem versões muito pequenas, anãs, que ficam maravilhosas cultivadas em vasos, e variedades maiores que também se destacam como flores de corte. As flores podem ser simples, semidobradas ou dobradas, e o espectro de cores estende-se do branco, passando pelo amarelo, laranja, rosa, até ao vermelho profundo e ao violeta. É importante mencionar que os melhoradores estão constantemente a criar novos híbridos com propriedades ainda mais especiais, pelo que a seleção se expande de ano para ano.
O género Gerbera foi inicialmente nomeado em homenagem a Traugott Gerber, um botânico e naturalista alemão que viveu e trabalhou no século XVIII. O momento exato da descoberta da planta e da sua introdução na Europa é algo incerto, mas no final do século XIX já era conhecida nos círculos hortícolas. No entanto, adquiriu verdadeira popularidade no século XX, quando o trabalho de melhoramento se acelerou e surgiram mais variedades mais resistentes a doenças, mais adequadas ao cultivo e de aspeto mais atraente. Hoje, a gérbera tornou-se uma das plantas ornamentais mais apreciadas e cultivadas no mundo, graças à sua versatilidade e valor estético.
A grande maioria das gérberas disponíveis comercialmente são híbridos (Gerbera x hybrida) resultantes de cruzamentos entre a Gerbera jamesonii e outras espécies selvagens. Estes híbridos combinam as melhores características das espécies parentais, como flores grandes e de cores vivas, um longo período de floração e uma melhor resistência a doenças. Durante o melhoramento, é dada especial atenção à robustez da haste floral, o que é particularmente importante para a sua utilização como flor de corte. Assim, as variedades modernas de gérberas de hoje são muito mais duradouras e fáceis de manusear do que os seus antepassados selvagens.
Ao escolher uma gérbera, vale a pena considerar o propósito para o qual se pretende usá-la. Se for uma planta de vaso para embelezar a nossa casa, as variedades compactas com floração abundante podem ser ideais. Se quisermos admirar a sua beleza como flor de corte, procuramos então variedades com hastes longas e fortes e flores duradouras. Conhecer as diferenças entre as variedades ajuda-nos a escolher a planta mais adequada às nossas necessidades, aquela que nos trará alegria durante muito tempo.
Requisitos de luz e localização ideal
A gérbera é uma planta com elevados requisitos de luz que recompensa a luz solar abundante. Para florescer profusamente e desenvolver-se de forma saudável, necessita de pelo menos seis horas de luz solar direta por dia. Portanto, para o cultivo em interior, escolha o parapeito da janela mais luminoso, por exemplo, uma janela virada a sul ou a oeste. Se não receber luz natural suficiente, os rebentos da planta podem tornar-se longos e finos, as suas folhas mais pálidas e a floração pode estar ausente ou ser escassa. A iluminação artificial para plantas também pode ser considerada durante os meses de inverno, mais pobres em luz.
Para o cultivo ao ar livre, procure também um local ensolarado, mas ligeiramente protegido do sol escaldante do meio-dia, especialmente nos dias quentes de verão. Embora adore calor e luz, o sol excessivamente forte e abrasador pode danificar as suas folhas e flores. Um local onde receba sol pleno de manhã e alguma sombra à tarde pode ser ideal para ela. Uma boa circulação de ar também é importante, mas evite locais com correntes de ar, pois a gérbera não gosta delas.
A localização adequada não se refere apenas às condições de luz, mas à totalidade dos fatores ambientais. Certifique-se de que a planta não está exposta a flutuações bruscas de temperatura. Por exemplo, não a coloque na vizinhança imediata de um radiador ou num local onde as janelas ou portas são frequentemente abertas durante os meses frios. Um ambiente estável e equilibrado contribui para o desenvolvimento saudável e a floração abundante das gérberas.
Se mover a gérbera para o exterior, para o jardim ou terraço, no verão, aclimate-a gradualmente às condições alteradas. Nos primeiros dias, coloque-a num local mais sombrio apenas por algumas horas e, em seguida, aumente gradualmente o tempo passado ao sol dia após dia. Isto ajuda a prevenir queimaduras nas folhas e o stress da planta. Siga o mesmo procedimento no outono, ao trazê-la de volta para o interior com a chegada do tempo mais fresco.
A arte da rega
A rega das gérberas é um elemento crucial para um cuidado bem-sucedido; é preciso encontrar um equilíbrio entre o excesso de rega e o deixar secar. A planta gosta de solo húmido, mas não encharcado. Antes de regar, verifique sempre o teor de humidade da camada superior do solo. Se ao tocar com o dedo sentir que está seco a cerca de 1-2 cm de profundidade, é hora de regar. É importante que a água penetre completamente no torrão e que o excesso escorra pelos orifícios de drenagem no fundo do vaso.
Para a rega, use de preferência água à temperatura ambiente, água macia, como água da chuva ou água da torneira que tenha repousado. Água demasiado fria pode chocar as raízes. Certifique-se de que, ao regar, a água vai diretamente para o solo e não para as folhas da planta ou para o centro da roseta de folhas, pois isso pode levar ao desenvolvimento de doenças fúngicas. A água que estagna no centro das folhas é particularmente propícia à podridão da coroa, um dos problemas mais comuns da gérbera.
Durante a estação de crescimento, da primavera ao outono, quando a planta está a crescer ativamente e a florescer, necessita de regas mais frequentes. No calor do verão, pode até ser necessária uma rega diária, especialmente se a planta estiver num local ensolarado. No inverno, durante o período de dormência, reduza a frequência e a quantidade de rega. Deixe o solo secar um pouco mais entre as regas, mas certifique-se de que o torrão nunca seca completamente.
O excesso de rega é um dos maiores inimigos da gérbera, pois pode levar à podridão das raízes. Sinais disto podem incluir folhas amareladas e murchas, uma coroa mole e acastanhada e solo com odor desagradável. Se observar tais sintomas, reduza imediatamente a rega e, se necessário, transplante a planta para solo fresco e bem drenado, removendo quaisquer partes de raízes podres. Para prevenção, certifique-se sempre de que existem orifícios de drenagem no fundo do vaso e esvazie regularmente qualquer excesso de água do prato sob o vaso.
Requisitos do solo e escolha do substrato de plantio
Para a gérbera, é essencial um solo de boa qualidade com uma estrutura solta e excelente capacidade de drenagem. As suas raízes são sensíveis à água parada, pelo que se deve fornecer um meio que não se compacte e permita a drenagem rápida do excesso de água. Um solo ligeiramente ácido ou neutro, com um pH entre 5,5 e 6,5, é ideal para ela. Não gosta de solo excessivamente calcário; num tal meio, podem ocorrer problemas de absorção de nutrientes.
Os substratos comerciais de boa qualidade, desenvolvidos para plantas com flor, geralmente satisfazem as necessidades das gérberas. Estes podem ser melhorados ainda mais adicionando um pouco de areia, perlite ou argila expandida de grão pequeno para obter uma drenagem e aeração do solo ainda melhores. É importante que o substrato escolhido seja rico em nutrientes, mas não contenha demasiada matéria orgânica fresca e não decomposta, o que poderia encorajar a proliferação de patógenos.
Se desejar preparar a sua própria mistura de solo, uma boa base pode ser turfa de jardim, estrume compostado ou composto maduro misturado com areia. Uma proporção possível é: duas partes de turfa, uma parte de composto e uma parte de areia ou perlite. A chave é que o resultado final seja um meio arejado, com uma estrutura friável, que retenha bem a humidade, mas não fique encharcado. Ao plantar, certifique-se de que a coroa da planta (roseta de folhas) não fica abaixo da superfície do solo, pois isso também pode levar à podridão.
Ao escolher um vaso de plantio, tenha também em mente uma boa drenagem. Escolha definitivamente um vaso que tenha vários orifícios de drenagem no fundo. O uso de um vaso de barro pode ser mais vantajoso do que um de plástico, pois o seu material mais poroso ajuda na aeração do solo e na evaporação do excesso de humidade. O tamanho do vaso deve ser proporcional ao tamanho da planta; não a plante num vaso demasiado grande, pois isso também pode levar a uma humidade excessiva do solo.
Fornecimento de nutrientes e fertilização
A gérbera, especialmente durante o seu período de floração, é uma planta bastante exigente em nutrientes. Para uma floração abundante e duradoura, necessita de um fornecimento regular de nutrientes. Durante a estação de crescimento, da primavera ao outono, é aconselhável administrar-lhe um fertilizante líquido equilibrado, desenvolvido para plantas com flor, a cada duas a três semanas, juntamente com a rega. Escolha um fertilizante que também contenha micronutrientes, especialmente ferro e manganês, pois a sua deficiência pode causar o amarelecimento das folhas.
É importante aplicar sempre o fertilizante em solo húmido, nunca administrar fertilizante em solo completamente seco, pois isso pode danificar as raízes. Não exceda a concentração recomendada pelo fabricante; na verdade, é melhor preparar uma solução ligeiramente mais diluída para evitar o perigo de fertilização excessiva. A ingestão excessiva de nutrientes pode ser, pelo menos, tão prejudicial quanto uma deficiência; pode causar queimaduras nas folhas, danos nas raízes e inibir a formação de flores.
Durante os meses de inverno, quando o crescimento da planta abranda e ela está no seu período de dormência, suspenda a fertilização ou administre nutrientes no máximo uma vez por mês, numa forma muito diluída. A ingestão excessiva de nutrientes durante o período de dormência pode perturbar o ciclo natural da planta e enfraquecê-la. Na primavera, quando o crescimento recomeça, reinicie gradualmente a fertilização regular.
Alternativamente, também se podem usar grânulos de fertilizante de libertação lenta que, quando misturados no substrato de plantio, fornecem os nutrientes necessários gradualmente durante um período mais longo. Isto pode ser particularmente útil se tiver tendência a esquecer-se da fertilização regular. No entanto, também neste caso, preste atenção à dosagem correta e escolha um produto especificamente concebido para plantas com flor em vaso. Os fertilizantes orgânicos, como o chá de composto, também podem ter um bom efeito nas gérberas, mas estes também devem ser usados com moderação.
Temperatura ótima e humidade
A gérbera prefere um ambiente quente, mas não excessivamente quente. A temperatura diurna ideal para ela situa-se entre 20-25°C, e à noite pode ser ligeiramente mais fresca, 15-18°C. É importante evitar flutuações bruscas de temperatura, pois estas podem causar stress à planta e afetar negativamente a floração. Temperaturas inferiores a 10°C já podem ser prejudiciais para ela, pelo que, durante os meses mais frios, deve ser mantida num local protegido da geada.
No que diz respeito à humidade, a gérbera prefere um ambiente moderadamente húmido, sendo ideal uma humidade relativa de cerca de 40-60%. Ar excessivamente seco, especialmente durante a estação de aquecimento em interiores, pode causar problemas; as bordas das folhas podem ficar castanhas e a planta pode tornar-se mais suscetível a pragas, como os ácaros-aranha. Existem vários métodos para aumentar a humidade, como colocar um tabuleiro cheio de água e seixos ao lado da planta, ou borrifar regular mas cuidadosamente.
Ao borrifar, certifique-se de que usa um spray fino de água e não pulveriza diretamente sobre as flores ou no centro da roseta de folhas para evitar o crescimento de fungos. Borrifar nas horas da manhã é mais benéfico para que as folhas tenham tempo de secar até à noite. As plantas mantidas em grupos também podem ajudar a aumentar a humidade do microclima local, pois as plantas transpiram.
No inverno, em divisões aquecidas, é particularmente importante prestar atenção a providenciar humidade adequada. Se o ar estiver muito seco, a compra de um humidificador elétrico também pode ser considerada, especialmente se mantiver várias plantas que gostam de humidade. Providenciar um ambiente estável, sem correntes de ar, com temperatura e humidade apropriadas para a gérbera contribui para o seu desenvolvimento saudável e para a manutenção de uma floração contínua.
Poda e remoção de flores murchas
A poda das gérberas geralmente não requer procedimentos complicados, limitando-se principalmente à remoção de flores murchas e folhas velhas, danificadas ou doentes. A remoção regular das hastes florais murchas, também conhecida como “deadheading”, é extremamente importante. Isto não é apenas benéfico esteticamente, mas também estimula a planta a desenvolver novas flores, impedindo-a de desperdiçar energia na produção de sementes. Remova a haste floral murcha diretamente da base com um movimento suave de torção ou com uma tesoura afiada e limpa.
Também é aconselhável remover regularmente as folhas inferiores, amareladas ou secas. Estas folhas já não fotossintetizam eficientemente e podem fornecer um terreno fértil para doenças fúngicas ou pragas. Ao remover as folhas, certifique-se também de que a superfície do corte está limpa e de que não danifica as partes saudáveis da planta. Use sempre tesouras de poda esterilizadas ou uma faca para evitar a transmissão de patógenos.
Por vezes, uma gérbera pode tornar-se demasiado densa, com as folhas demasiado apertadas. Nesses casos, pode-se realizar um desbaste, removendo algumas folhas internas para melhorar a circulação do ar no centro da planta. Isto ajuda a prevenir o desenvolvimento de doenças fúngicas e garante que a luz chega a todas as folhas. No entanto, execute esta operação com cuidado; não remova demasiadas folhas de uma vez, pois isso pode enfraquecer a planta.
Remova sempre os detritos vegetais resultantes da poda do vaso e das suas imediações, pois as partes de plantas em decomposição também podem atrair pragas e doenças. A limpeza regular e a remoção de partes mortas contribuem para manter a saúde da gérbera e a sua aparência estética. Este cuidado é recompensado com a floração contínua e a vitalidade da planta.
Métodos de propagação da gérbera
As gérberas são mais comumente propagadas por semente e por divisão, embora no caso de variedades híbridas, as plantas cultivadas a partir de sementes nem sempre retenham as características parentais. A propagação por sementes é mais apropriada para variedades de linhagem pura ou aquelas especificamente destinadas à propagação por sementes, ou é usada por melhoradores na criação de novos híbridos. A capacidade de germinação das sementes frescas de gérbera é relativamente boa, mas deteriora-se rapidamente, pelo que é aconselhável semeá-las o mais rapidamente possível. Use um substrato de sementeira solto e bem drenado para a sementeira.
Cubra as sementes apenas superficialmente com terra, ou pressione-as levemente sobre a superfície do solo, pois germinam à luz. A germinação requer uma temperatura de cerca de 20-25°C e um meio continuamente húmido. Após o aparecimento das plântulas, forneça-lhes luz suficiente e, quando estiverem suficientemente fortes, transplante-as cuidadosamente para vasos separados. As gérberas cultivadas a partir de sementes geralmente começam a florescer a partir do segundo ano. Este método requer paciência, mas pode ser excitante cultivar as suas próprias plantas desde o início.
A divisão é um método de propagação da gérbera muito mais comum e simples, especialmente para plantas em vaso. O momento mais adequado para isto é a primavera, quando a planta entra na sua fase de crescimento ativo, ou em conjunto com o transplante. Levante cuidadosamente a planta do seu vaso e sacuda o excesso de terra das raízes. Com uma faca afiada e esterilizada ou à mão, separe cuidadosamente a touceira em várias partes, garantindo que cada parte tem raízes suficientes e pelo menos um ou dois pontos de crescimento (rebentos).
Plante as divisões recém-obtidas em substrato fresco de boa qualidade para flores e, durante as primeiras semanas, mantenha-as num ambiente ligeiramente mais húmido, protegido da luz solar direta, até que se fortaleçam. Tenha cuidado com a rega; não regue em excesso as divisões recém-plantadas. A divisão não é apenas adequada para propagação, mas também para rejuvenescer touceiras demasiado densas e velhas. Este método pode garantir que a sua gérbera favorita continue a embelezar a sua casa ano após ano, renovada.
Pragas e doenças comuns
Infelizmente, as gérberas, como muitas outras plantas ornamentais, podem ser atacadas por várias pragas e doenças. Entre as pragas mais comuns estão os pulgões, os ácaros-aranha, os tripes e as moscas-brancas. Os pulgões geralmente infestam rebentos jovens e botões, enfraquecendo a planta ao sugar a sua seiva e podendo causar deformidades. Os ácaros-aranha aparecem principalmente em ambientes secos e quentes, formando teias finas na parte inferior das folhas e causando o amarelecimento e o bronzeamento da folhagem.
Os tripes são insetos minúsculos e voadores que também danificam folhas e flores, deixando para trás manchas prateadas e distorções. As moscas-brancas instalam-se na parte inferior das folhas e excretam melada, o que pode levar a infeções fúngicas secundárias, como a fumagina. As pragas podem ser controladas com inseticidas, mas para infestações mais leves, métodos mais naturais como a lavagem com solução de sabão de potássio ou o uso de óleo de neem também podem ser eficazes. A inspeção regular é importante para detetar problemas precocemente.
Entre as doenças, as mais significativas são as infeções fúngicas como o bolor cinzento (Botrytis), o oídio e a podridão da coroa. O bolor cinzento aparece em condições húmidas, formando uma camada cinzenta e pulverulenta nas partes da planta, especialmente nas flores murchas e nas folhas danificadas. O oídio causa uma camada esbranquiçada e farinhenta nas folhas. A podridão da coroa, como mencionado anteriormente, é uma consequência da rega excessiva e da má drenagem e pode levar à morte da planta.
Para prevenir doenças, é importante garantir condições de cultivo adequadas: boa circulação de ar, evitar o excesso de rega, manter as folhas secas e remover as partes mortas da planta. Em caso de infeções fúngicas, a aplicação de fungicidas pode ser necessária. Leia sempre atentamente as instruções de utilização dos produtos fitofarmacêuticos e respeite os regulamentos. As plantas saudáveis e fortes são menos suscetíveis a pragas e doenças, pelo que se deve dar ênfase à prevenção.
A necessidade e o processo de transplante
As gérberas geralmente beneficiam de um transplante anual ou a cada dois anos, dependendo da rapidez com que crescem e enchem o vaso. A melhor altura para o transplante é na primavera, quando a planta inicia um novo ciclo de crescimento. Sinais que indicam que a planta ultrapassou o vaso incluem raízes a emergir dos orifícios de drenagem no fundo do vaso, o torrão a secar muito rapidamente ou um crescimento mais lento apesar dos cuidados adequados.
Para o transplante, escolha um vaso um tamanho maior que o anterior. É importante não a plantar num recipiente demasiado grande, pois isso pode levar a uma humidade excessiva do solo e à podridão das raízes. Use substrato fresco, de alta qualidade e de estrutura solta, especificamente concebido para plantas com flor em vaso, ou misture o seu próprio substrato como descrito anteriormente. Certifique-se de que o novo vaso também tem orifícios de drenagem adequados no fundo.
O processo de transplante envolve a remoção cuidadosa da gérbera do seu vaso antigo. Se as raízes estiverem muito emaranhadas, solte-as suavemente. Examine o sistema radicular e remova quaisquer partes de raízes mortas, danificadas ou podres com uma ferramenta limpa e afiada. Coloque uma camada de substrato fresco no fundo do novo vaso e, em seguida, posicione a planta de forma a que a coroa da raiz (onde as raízes se encontram com o caule) fique à mesma altura que no vaso anterior, ou ligeiramente mais alta, mas nunca abaixo da superfície do solo.
Encha o vaso com substrato fresco à volta das raízes, compactando levemente para eliminar bolsas de ar, mas não com demasiada firmeza, para que o solo permaneça solto. Após o transplante, regue bem a planta para que o substrato fique bem humedecido e as raízes entrem em contacto com o novo meio. Durante as primeiras semanas, mantenha a gérbera recém-transplantada num local ligeiramente mais sombrio e evite fertilizar até que as raízes se estabeleçam e comece um novo crescimento.
Hibernação e dormência das gérberas
A gérbera é uma planta nativa da África do Sul, pelo que, no nosso clima, geralmente não é resistente ao inverno ao ar livre. Se mantida como planta de vaso e levada para o exterior, para o jardim ou terraço, no verão, deve ser definitivamente trazida para um local protegido da geada antes das primeiras geadas. Para a hibernação, um quarto luminoso e fresco, onde a temperatura se situe entre 7-15°C, é ideal. Pode ser uma varanda não aquecida, uma cave luminosa ou uma janela numa divisão mais fresca.
Durante a hibernação, a gérbera está no seu período de dormência, pelo que o seu crescimento abranda ou para completamente. Durante este período, a rega deve ser significativamente reduzida. Deve receber apenas água suficiente para evitar que o seu torrão seque completamente. Deixe a camada superior do solo secar completamente entre as regas. A fertilização deve ser completamente suspensa durante a hibernação. É importante garantir uma boa ventilação no local de hibernação para evitar o desenvolvimento de doenças fúngicas.
O período de dormência é essencial para que a gérbera floresça abundantemente na estação seguinte. Este período permite que a planta recupere forças. Se hibernar num local demasiado quente e escuro, a planta pode tornar-se longa e fina e enfraquecer, e a floração no ano seguinte pode estar ausente ou ser escassa. Na primavera, quando o perigo de geada tiver passado e a temperatura subir constantemente, aclimate gradualmente a planta de volta a condições mais quentes e ensolaradas.
Algumas variedades de gérbera, especialmente aquelas criadas especificamente para plantio em jardim, podem tolerar algum grau de geada se cobertas com uma espessa camada de mulching (por exemplo, folhas, palha). No entanto, isto é arriscado no nosso clima, e para a maioria das gérberas híbridas disponíveis comercialmente, a hibernação protegida da geada é a solução mais segura. Se não tiver a certeza sobre a resistência ao inverno de uma determinada variedade, opte sempre pela opção de hibernação protegida da geada, mais segura.
A gérbera como flor de corte e os seus cuidados
A gérbera não é apenas popular como planta de vaso, mas também extremamente popular como flor de corte, graças às suas cores vibrantes e aspeto alegre. Para apreciá-la num vaso durante muito tempo, vale a pena seguir algumas práticas simples. Ao comprar gérberas como flores de corte, certifique-se de que o caule está firme e intacto, e que o capítulo floral está fresco, de cor viva e livre de danos. As pétalas não devem estar murchas ou acastanhadas.
Antes de colocar as flores no vaso, corte 1-2 cm da extremidade dos seus caules na diagonal com uma faca afiada ou tesoura de florista. Se possível, execute esta operação debaixo de água para evitar que bolhas de ar entrem no caule, o que dificultaria a absorção de água. Remova quaisquer folhas inferiores que ficariam abaixo da linha de água no vaso, pois estas começarão a decompor-se, contaminarão a água e levarão ao crescimento de bactérias.
Lave sempre bem o vaso e use água fresca e fria. Pode adicionar conservante para flores à água, que fornece nutrientes às flores e inibe o crescimento bacteriano. Se não tiver conservante para flores à mão, uma pitada de açúcar e algumas gotas de lixívia ou um comprimido de aspirina também podem ajudar um pouco. Mude a água diariamente ou a cada dois dias e, nesta altura, apare novamente um pouco as extremidades dos caules.
Não coloque as gérberas sob luz solar direta, perto de uma fonte de calor ou ao lado de frutas maduras, pois o gás etileno emitido pelas frutas acelera o murchamento das flores. Evite também as correntes de ar. Com os cuidados adequados, as gérberas cortadas podem permanecer frescas num vaso até uma a duas semanas, trazendo alegria e cor para a sua casa. Os caules de algumas variedades são propensos a amolecer na água; para evitar isto, coloque-as apenas em alguns centímetros de água.
Necessidades especiais e desafios nos cuidados
Durante os cuidados com a gérbera, podem surgir certas necessidades especiais e desafios aos quais vale a pena prestar atenção para ter sucesso. Um deles é a já mencionada sensibilidade à podridão da coroa. Para evitar isto, além de técnicas de rega corretas e solo bem drenado, é importante que, ao plantar, a coroa da planta (roseta de folhas) não seja colocada profundamente no solo, mas fique ao nível da superfície do solo ou ligeiramente acima. Isto garante uma aeração adequada da coroa.
O amarelecimento das folhas pode ser um problema comum, que pode ter várias causas. A deficiência de nutrientes, especialmente a deficiência de ferro ou manganês, pode causar clorose, onde as nervuras das folhas permanecem verdes, mas a lâmina foliar entre elas fica amarela. Isto pode ser remediado com um fertilizante apropriado que também contenha micronutrientes. A rega excessiva ou insuficiente também pode levar ao amarelecimento, pelo que é importante rever os hábitos de rega. Além disso, condições de luz inadequadas ou temperaturas excessivamente baixas podem contribuir para o problema.
A ausência de floração ou uma floração escassa também podem ser frustrantes. A causa mais comum disto é a falta de luz. Para uma floração abundante, a gérbera necessita de muita luz. Além disso, o fornecimento inadequado de nutrientes, especialmente a deficiência de fósforo, ou a ingestão excessiva de azoto (que estimula o crescimento excessivo da folhagem em detrimento da floração) também podem causar o problema. Garantir um período de dormência adequado no inverno também é importante para a floração no ano seguinte.
Por vezes, as hastes florais das gérberas podem ser fracas e dobrar-se. Isto pode indicar uma deficiência de cálcio ou ser simplesmente uma característica da variedade. Certas variedades têm hastes mais fortes do que outras. O fornecimento adequado de nutrientes e condições de cultivo estáveis podem ajudar a fortalecer as hastes. Apesar dos desafios, cuidar de gérberas é uma tarefa gratificante, pois com a devida atenção e cuidado, presenteia-nos com flores maravilhosas.