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As doenças e pragas da espirradeira

Linden · 14.04.2025.

A espirradeira, um belo ornamento de jardins e terraços mediterrânicos, pode enfrentar inúmeras doenças e pragas, apesar dos nossos melhores cuidados. É crucial reconhecer o problema a tempo e tomar as medidas adequadas para salvar a planta. A prevenção é a chave, pois a maioria dos problemas pode ser evitada, proporcionando as condições certas para a planta. Para isso, vale a pena verificar regularmente as folhas, caules e flores para notar até os menores sinais. A espirradeira é uma planta resiliente, mas o stress excessivo, a rega inadequada ou o fornecimento insuficiente de nutrientes enfraquecem-na e tornam-na mais suscetível a doenças e pragas.

Reconhecer e gerir pragas

Uma das pragas mais comuns da espirradeira é o afídio. Estes pequenos insetos sugam a seiva da planta dos rebentos jovens e da parte inferior das folhas, levando à distorção das folhas, amarelecimento e crescimento lento. Com uma inspeção regular, especialmente à volta dos rebentos e botões, podes detetar rapidamente as colónias. O controlo mecânico é recomendado como medida principal: podes lavar os insetos com um forte jacto de água ou pulverizar a planta com soluções suaves como água com sabão.

As cochonilhas também podem causar problemas significativos. Estes insetos fixam-se às folhas e caules e protegem-se com um escudo ceroso, o que os torna difíceis de controlar. A sucção da seiva pelas cochonilhas faz com que as folhas descolorem, morram lentamente e a planta enfraqueça. Também podes remover as cochonilhas mecanicamente, por exemplo, com um pano macio ou uma escova de dentes, e depois certifica-te de pulverizar a planta com um inseticida adequado, considerando o estágio sob o escudo.

Outro inimigo comum da espirradeira é o ácaro-aranha. Estes aracnídeos microscópicos instalam-se na parte inferior das folhas e criam uma rede fina, semelhante a uma teia de aranha. A alimentação do ácaro-aranha faz com que as folhas fiquem salpicadas com pequenos pontos amarelados, depois adquirem uma tonalidade bronze e caem. Para controlar os ácaros-aranha, recomenda-se humidificar a planta e usar acaricidas, especialmente em clima seco e quente, quando a sua população pode aumentar de forma explosiva.

Por último, mas não menos importante, vale a pena mencionar os tripes, que causam danos em flores e folhas. Os tripes danificam as células da planta com as suas peças bucais perfurantes-sugadoras, causando manchas prateadas e distorções nas folhas, e os botões florais também podem ficar deformados e incapazes de abrir corretamente. Tanto os inseticidas de contacto como os sistémicos podem ser usados para controlar os tripes. Também é importante isolar as plantas infetadas para evitar que as pragas se espalhem para outras plantas.

Doenças fúngicas e bacterianas

As espirradeiras são frequentemente atacadas por doenças fúngicas, sendo uma das mais comuns a mancha foliar. Os seus sintomas são o aparecimento de manchas escuras e acastanhadas nas folhas, que mais tarde morrem e caem. A propagação da doença é favorecida pela humidade excessiva e pela má circulação de ar. A base do controlo é a prevenção: garante uma ventilação adequada e não regues a planta por cima. Em caso de infeção, o uso de fungicidas à base de cobre é recomendado.

O cancro da espirradeira, uma doença que forma galhas causada pela bactéria Pseudomonas syringae, também pode ser um problema sério. Os seus sinais são o aparecimento de galhas inchadas e de forma irregular nos rebentos, ramos e, por vezes, nas folhas. Esta doença entra na planta através de feridas, por isso deve-se ter especial cuidado ao usar ferramentas desinfetadas durante a poda. As partes infetadas devem ser imediatamente removidas e destruídas, pois a doença não tem cura.

A podridão da raiz é outra doença fúngica grave que põe em perigo principalmente as plantas em solos com excesso de água e com má drenagem. O seu sintoma é que as folhas da planta ficam amarelas, murcham e o estado geral da planta deteriora-se. À medida que a doença progride, as raízes apodrecem e a planta morre. Para prevenir, fornece um solo com boa drenagem e rega moderada, especialmente durante o período de dormência de inverno.

A antracnose, outra doença fúngica, causa manchas escuras e afundadas nas folhas e nos caules. A doença espalha-se em condições quentes e húmidas. As partes infetadas devem ser removidas e a planta deve ser tratada com um fungicida. A prevenção também é a chave aqui; deve-se evitar a humidade excessiva no ambiente da planta.

Problemas decorrentes de erros de cuidado

O amarelecimento e a queda das folhas da espirradeira são frequentemente o resultado de uma rega inadequada. A rega excessiva pode causar podridão da raiz, enquanto a falta de água resulta em stress e na dessecação das folhas. A espirradeira adora muita água, mas o solo não deve estar constantemente molhado. O melhor é deixar a camada superior do solo secar entre as regas e depois regar a planta abundantemente.

A deficiência de nutrientes também pode estar por trás das folhas amareladas. A espirradeira tem altas exigências nutricionais, especialmente de nitrogénio, potássio e ferro. Sinais de deficiência de ferro são folhas amareladas com veias verdes (clorose). Neste caso, vale a pena dar à planta um suplemento de ferro e garantir um fornecimento regular de nutrientes.

O escurecimento das pontas das folhas também pode ser um sinal de ar seco. A espirradeira é uma planta mediterrânica, mas as plantas cultivadas em vaso são mais sensíveis à humidade. Especialmente em divisões aquecidas, durante a hibernação, é importante aumentar a humidade do ar, por exemplo, com tabuleiros de água à volta da planta. Também podes pulverizar a planta com água regularmente, mas tem cuidado para não tornar o ar demasiado húmido, pois isso pode causar doenças fúngicas.

Uma poda inadequada também pode ser uma fonte de problemas. Podar com demasiada força pode stressar a planta, enquanto podar com demasiada leveza pode torná-la arbustiva e reduzir a floração. A poda é recomendada após a floração, removendo os rebentos gastos e as partes doentes e danificadas. É importante desinfetar as ferramentas de poda antes de cada uso.

Prevenção e controlo

Do ponto de vista de manter a saúde da espirradeira, a prevenção é o primeiro e mais importante passo. A colocação adequada é fundamental: a espirradeira adora um local ensolarado e quente com boa circulação de ar. As plantas mantidas em locais apinhados são mais propensas a doenças. O ideal é colocar a planta num terraço ou jardim bem ventilado e virado a sul.

O solo e o fornecimento de nutrientes adequados são cruciais. A espirradeira prospera em solo bem drenado e rico em nutrientes. Do início da primavera ao outono, durante a estação de crescimento, vale a pena alimentá-la com uma solução fertilizante especial para espirradeira que contenha os micro e macroelementos necessários. No entanto, um fornecimento excessivo de nutrientes pode ser prejudicial, por isso segue sempre as instruções de uso do produto.

A inspeção regular e a higiene são a chave. Examina a planta regularmente, pelo menos uma vez por semana, em busca de sinais de pragas e doenças. Remove folhas e flores secas e doentes para evitar a propagação de infeções. É uma boa ideia selar as feridas criadas durante a poda com um agente de vedação de feridas.

Se notares um problema, a ação rápida é essencial. O controlo químico é apenas o último recurso; tenta sempre com métodos biológicos ou mecânicos primeiro. É importante aplicar os produtos químicos exatamente de acordo com as instruções e pulverizar à noite para proteger os insetos polinizadores. Usa equipamento de proteção quando trabalhares com produtos químicos.

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