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A exigência de luz da gérbera

Daria · 28.02.2025.

A gérbera, esta planta perene originária da África do Sul e pertencente à família Asteraceae, é atualmente uma das flores de corte e plantas ornamentais em vaso mais apreciadas. A sua popularidade deve-se às suas cores vibrantes, formas variadas e durabilidade relativamente longa em vaso. No entanto, para que a gérbera floresça em todo o seu esplendor e se desenvolva de forma saudável, é fundamental satisfazer plenamente as suas necessidades básicas, incluindo a exigência de luz. A luz não é apenas uma fonte de energia para a planta realizar a fotossíntese, mas também regula inúmeros processos vitais, pelo que assegurar a quantidade e qualidade de luz adequadas é crucial para o sucesso do cultivo da gérbera. Sem isso, a planta pode definhar, a floração pode não ocorrer ou a qualidade das flores pode diminuir significativamente.

A luz é um fator ambiental fundamental que determina o crescimento, desenvolvimento e reprodução das plantas. No caso da gérbera, a energia luminosa é o motor da fotossíntese, durante a qual a planta converte dióxido de carbono e água em substâncias orgânicas, principalmente açúcares. Estes açúcares servem como fonte de energia para o crescimento, respiração e todos os outros processos vitais. Em condições de luz inadequadas, a taxa de fotossíntese diminui, afetando negativamente a vitalidade geral da planta e a sua capacidade de floração. A gérbera é considerada uma planta particularmente exigente em termos de luz, pelo que, durante o seu cultivo, deve ser dada especial atenção a uma iluminação ótima.

As plantas são sensíveis não só à quantidade de luz, mas também à sua qualidade, ou seja, à sua composição espetral. Os diferentes comprimentos de onda da luz visível exercem efeitos distintos no desenvolvimento da planta. A luz azul (aproximadamente 400-500 nm) promove principalmente o crescimento vegetativo, o desenvolvimento foliar e um hábito de crescimento compacto, enquanto a luz vermelha (aproximadamente 600-700 nm) desempenha um papel fundamental na indução da floração e no alongamento dos caules. Para a gérbera, a luz de espetro total é a mais ideal, contendo quantidades suficientes de ambas as faixas, imitando a composição da luz solar natural.

Na prática de cultivo, a quantidade de luz é frequentemente determinada com base na radiação fotossinteticamente ativa (PAR), cuja unidade de medida é micromoles por metro quadrado por segundo (μmol⋅m−2⋅s−1). Este valor indica quantos fotões utilizáveis para a fotossíntese atingem uma determinada superfície por unidade de tempo. Para um desenvolvimento ótimo e uma floração abundante, a gérbera necessita de uma intensidade luminosa relativamente elevada; no entanto, uma luz solar excessivamente forte e abrasadora pode danificar as folhas e as flores, especialmente se acompanhada por temperaturas elevadas.

A importância da luz na vida da gérbera

A luz não é apenas indispensável para a fotossíntese, mas também regula inúmeros outros processos fisiológicos na gérbera, incluindo o equilíbrio hormonal, a absorção de nutrientes e a transpiração. Uma intensidade e um espetro de luz adequados estimulam a formação de clorofila, responsável pela cor verde viva das folhas e essencial para uma fotossíntese eficiente. Em caso de deficiência de luz, as folhas podem tornar-se mais pálidas, verde-amareladas, o que indica um teor reduzido de clorofila. Este fenómeno, a longo prazo, leva ao enfraquecimento da planta.

A indução da floração e a qualidade do desenvolvimento floral estão intimamente relacionadas com as condições de luz. Embora a gérbera seja fundamentalmente considerada uma planta quantitativa de dia longo, o que significa que períodos de iluminação mais longos estimulam a formação de flores, a intensidade da luz também deve atingir um certo limiar. Não é suficiente aumentar simplesmente o número de horas de luz diárias se a força da luz for fraca. Em condições de luz inadequadas, as flores podem permanecer mais pequenas, a sua cor pode ser mais pálida e os pedúnculos florais podem ser mais fracos e mais propensos a dobrar.

A luz também influencia as características morfológicas da planta. Sob luz forte, mas não abrasadora, a gérbera desenvolve uma roseta foliar compacta e vigorosa, com pedúnculos florais curtos e grossos. Pelo contrário, num ambiente com pouca luz, a planta alonga-se, etiola-se: os pecíolos das folhas e os pedúnculos florais tornam-se mais longos e finos, pois a planta tenta assim aproximar-se da fonte de luz. Este fenómeno não é apenas esteticamente desfavorável, mas também enfraquece a integridade estrutural da planta.

As condições de luz também afetam a resistência a doenças. As gérberas que recebem uma quantidade ótima de luz e se desenvolvem de forma saudável são geralmente mais resistentes a vários patógenos e pragas. As plantas enfraquecidas, cultivadas em condições de pouca luz, tornam-se mais suscetíveis, por exemplo, a infeções fúngicas como o oídio ou a podridão cinzenta. Assim, uma luz adequada contribui indiretamente para a redução dos custos de proteção das plantas.

O papel da luz nos processos fisiológicos da gérbera

A luz não é apenas essencial para a fotossíntese, mas também regula numerosos outros processos fisiológicos na gérbera, incluindo o balanço hormonal, a absorção de nutrientes e a transpiração. Uma intensidade e um espectro de luz adequados estimulam a produção de clorofila, responsável pela cor verde brilhante das folhas e indispensável para uma fotossíntese eficiente. Na ausência de luz, as folhas podem empalidecer, adquirindo uma tonalidade amarelo-esverdeada, o que indica um conteúdo reduzido de clorofila. Este fenómeno, a longo prazo, leva ao enfraquecimento da planta.

A indução da floração e a qualidade do desenvolvimento das flores estão intimamente ligadas às condições de iluminação. Embora a gérbera seja considerada uma planta que responde quantitativamente a dias longos, o que significa que períodos de iluminação mais extensos estimulam a formação de flores, a intensidade da luz também deve atingir um determinado limiar. Não basta simplesmente aumentar o número de horas de luz diárias se a intensidade da luz for baixa. Em condições de luz inadequadas, as flores podem ser menores, as suas cores podem ser mais esbatidas e os pedúnculos florais podem ser mais fracos e mais propensos a curvar.

A luz também influencia as características morfológicas da planta. Com luz intensa, mas não causticante, a gérbera desenvolve uma roseta de folhas compacta e robusta, com pedúnculos florais curtos e espessos. Pelo contrário, num ambiente com pouca luz, a planta alonga-se, manifestando o fenómeno de estiolamento: os pecíolos das folhas e os pedúnculos florais tornam-se mais longos e finos, numa tentativa da planta de se aproximar da fonte de luz. Este fenómeno não só é esteticamente desagradável, como também enfraquece a integridade estrutural da planta.

As condições de iluminação também têm impacto na resistência a doenças. As gérberas que beneficiam de uma quantidade de luz ótima e se desenvolvem de forma saudável são geralmente mais resistentes a vários patógenos e pragas. As plantas enfraquecidas, cultivadas em condições de pouca luz, tornam-se mais suscetíveis, por exemplo, a infeções fúngicas como o oídio ou a botrite. Uma luz adequada, portanto, contribui indiretamente para a redução dos custos de proteção das plantas.

Condições de luz natural e as necessidades da gérbera

As espécies ancestrais de Gerbera x hybrida provêm de áreas ensolaradas e abertas da África do Sul, Ásia e América do Sul, onde dispõem de abundante luz natural. Estas regiões são tipicamente caracterizadas por um elevado número de horas de sol e por uma intensa irradiação, especialmente durante a estação de crescimento. Consequentemente, ao longo da sua evolução, a gérbera adaptou-se à alta intensidade luminosa e, devido às suas características genéticas, necessita dela para um desenvolvimento adequado. Os híbridos cultivados também herdaram esta propriedade.

A localização geográfica influencia significativamente a quantidade e a qualidade da luz natural disponível. Nas regiões mais próximas do Equador, a radiação solar é mais intensa e a duração do dia varia menos sazonalmente, enquanto nas zonas temperadas, como Portugal, durante os meses de inverno, a intensidade luminosa e a duração da iluminação diminuem drasticamente. Esta última circunstância representa um sério desafio para o cultivo da gérbera durante todo o ano e, frequentemente, torna necessário o uso de iluminação suplementar.

Para maximizar a utilização da luz natural, a orientação e o design estrutural das instalações de cultivo, como as estufas, são cruciais. Estufas orientadas a sul e com coberturas de alta transmissão luminosa permitem garantir da melhor forma a quantidade de luz necessária. No entanto, mesmo em condições tão ótimas, podem ocorrer períodos nublados e com pouca luz, durante os quais a luz natural por si só não é suficiente para satisfazer as necessidades da gérbera, especialmente nos meses de inverno e no início da primavera.

No cultivo da gérbera, é necessário considerar também o efeito de sombreamento mútuo das plantas. Uma densidade de plantação excessiva pode impedir a penetração da luz nas folhas inferiores, levando ao seu amarelecimento e ao enfraquecimento geral da planta. Portanto, é importante estabelecer um espaçamento adequado entre as plantas e cuidar regularmente da cultura, incluindo a remoção de folhas velhas e senescentes, para que a luz possa atravessar melhor a folhagem.

Os efeitos negativos de um ambiente com pouca luz

Quando a gérbera não recebe luz suficiente, ocorrem inúmeros sintomas desfavoráveis e alterações fisiológicas que comprometem significativamente a qualidade e a produtividade da planta. Um dos sinais mais evidentes é o estiolamento, ou seja, o alongamento da planta. Os caules tornam-se mais finos e longos, os pecíolos das folhas alongam-se, pois a planta tenta com todas as suas forças estender-se em direção à luz. Este hábito alongado resulta numa planta fraca e instável, mais suscetível a danos.

Outra consequência comum da deficiência de luz é a clorose, ou seja, o amarelecimento das folhas. Como a síntese de clorofila requer luz, na sua ausência, as folhas não conseguem produzir pigmentos verdes suficientes, tornando-se assim pálidas, de cor verde-amarelada. Este fenómeno reduz diretamente a eficiência da fotossíntese, pois há menos clorofila disponível para capturar a energia luminosa. Consequentemente, diminui a produção de energia da planta, o que afeta o crescimento e a floração.

A qualidade e a quantidade da floração deterioram-se drasticamente em condições de pouca luz. O número de flores pode diminuir, os botões podem permanecer subdesenvolvidos ou até cair antes de abrirem. As flores abertas podem ser menores, as suas cores mais pálidas e menos vivas, e as pétalas frequentemente mais finas e frágeis. No caso das gérberas cultivadas como flores de corte, isto causa uma significativa perda de valor de mercado, pois os consumidores preferem flores de cores vivas e luxuriantes.

A longo prazo, a deficiência crónica de luz leva a uma deterioração geral da gérbera. A planta enfraquece, as suas reservas nutritivas esgotam-se e torna-se mais suscetível a doenças e pragas. O desenvolvimento do sistema radicular também pode ser comprometido, dificultando ainda mais a absorção de nutrientes e água. Em casos graves, a planta pode até morrer ou, se sobreviver, a sua floração pode cessar completamente, continuando a sobreviver apenas num estado vegetativo.

A intensidade luminosa excessiva e as suas consequências prejudiciais

Embora a gérbera seja uma planta que aprecia a luz, uma radiação solar excessivamente forte e abrasadora, especialmente se combinada com altas temperaturas e baixa humidade, também pode ser prejudicial. Um dos sintomas mais comuns é a queimadura das folhas e pétalas, que se manifesta na forma de manchas castanhas e necróticas nas partes expostas diretamente ao sol intenso. Este fenómeno não só prejudica esteticamente a planta, mas também reduz a superfície fotossintética, afetando negativamente o fornecimento de energia.

A energia luminosa excessiva pode causar fotoinibição, o que implica danos no aparelho fotossintético, em particular no fotossistema II (PSII). Quando a planta absorve mais energia luminosa do que consegue utilizar durante a fotossíntese, este excesso de energia pode levar à formação de espécies reativas de oxigénio (ROS). Estas moléculas danificam os componentes celulares, incluindo a clorofila, as proteínas e as membranas, o que leva a uma redução da eficiência fotossintética e à necrose dos tecidos vegetais.

O stress causado por uma alta intensidade luminosa pode também manifestar-se num abrandamento do crescimento e numa deterioração da qualidade das flores. A planta gasta parte da sua energia na defesa e na reparação de danos, em vez de no crescimento. O tamanho das flores pode diminuir, a sua cor pode desvanecer-se ou podem mesmo deformar-se. Em casos extremos, os botões podem queimar-se antes de abrirem, o que causa perdas significativas de produção para os cultivadores de flores de corte.

A gérbera possui certos mecanismos de defesa naturais contra o excesso de luz, como a produção de pigmentos carotenoides, که به dissipar o excesso de energia e neutralizar as ROS ajudam. No entanto, estes mecanismos só conseguem proteger a planta até um certo limite. Na prática de cultivo, é, portanto, importante proteger contra a radiação excessiva, por exemplo, utilizando redes de sombreamento ou ventilando adequadamente a estufa para reduzir a temperatura, especialmente durante os meses de verão.

Criação de condições de luz ideais no cultivo da gérbera

Garantir condições de luz ideais para a gérbera é essencial para um cultivo económico e de qualidade. Isto inclui o estabelecimento da intensidade luminosa, da qualidade da luz e do fotoperíodo adequados para as diferentes fases de desenvolvimento da planta. As plântulas jovens geralmente requerem uma intensidade luminosa inferior, enquanto as plantas adultas em floração necessitam de valores mais elevados. A integral de luz diária (DLI), que é o produto da intensidade luminosa pela duração da iluminação, é também um indicador importante; para as gérberas, um valor de DLI de 10-15 mol⋅m−2⋅d−1 já é considerado uma boa base, mas para a floração pode ser necessário um valor mais alto, até 20-25 mol⋅m−2⋅d−1.

Para complementar ou substituir a luz natural, estão disponíveis diversas fontes de luz artificial. Tradicionalmente, as lâmpadas de sódio de alta pressão (HPS) foram amplamente utilizadas na horticultura, conhecidas pela sua alta eficiência luminosa e forte radiação na faixa da luz vermelha. Nos últimos anos, no entanto, as lâmpadas LED (Díodo Emissor de Luz) têm vindo a ganhar proeminência, apresentando inúmeras vantagens, como menor consumo de energia, maior vida útil e um espetro luminoso personalizável, permitindo a criação de uma iluminação mais adaptada às necessidades da planta.

No cultivo em estufa, o sombreamento é uma ferramenta importante para regular as condições de luz. Especialmente nos meses de verão, quando a intensidade da radiação solar natural pode ser excessivamente alta, o uso de redes de sombreamento ou tintas pode prevenir queimaduras e sobreaquecimento. O grau de sombreamento deve ser ajustado às condições de luz externas e ao estado da cultura, para evitar uma redução excessiva da luz, que afetaria negativamente a fotossíntese.

A monitorização contínua e o ajuste das condições de luz, conforme necessário, são essenciais para o sucesso do cultivo da gérbera. Utilizando sensores de luz, é possível medir com precisão a intensidade luminosa (PPFD) e o DLI, permitindo que os produtores reajam atempadamente às condições variáveis. A integração de sistemas de controlo climático automatizados com a gestão da iluminação pode otimizar ainda mais as condições de luz, minimizando a necessidade de intervenção humana e garantindo às plantas o melhor ambiente possível para o crescimento e a floração.

A relação entre a qualidade da luz e a cor das flores da gérbera

A impressionante paleta de cores das flores da gérbera deve-se às antocianinas e carotenoides, cuja síntese é significativamente influenciada pela qualidade e quantidade da luz. A luz azul e UV-A desempenham um papel particularmente importante na formação de antocianinas (responsáveis pelos tons vermelhos, roxos e azuis). Sem uma quantidade suficiente de luz deste espetro, a cor das variedades vermelhas e roxas pode permanecer mais pálida e menos intensa, reduzindo o valor estético das flores no mercado. Portanto, durante a iluminação suplementar, é aconselhável escolher fontes de luz que contenham uma proporção adequada de luz azul.

Os carotenoides são os principais responsáveis pelos tons amarelos, laranja e vermelhos. Embora a sua síntese dependa menos de comprimentos de onda específicos da luz do que a das antocianinas, a intensidade luminosa geral também é crucial neste caso. Com uma intensidade luminosa mais elevada, estas cores também tendem a ser mais vivas e intensas. É importante, no entanto, evitar a exposição excessiva ao sol abrasador, pois pode levar à fotodegradação dos pigmentos, ou seja, ao seu desvanecimento, especialmente no caso das flores já abertas.

A luz influencia não só a intensidade da cor, mas também a sua uniformidade. Em caso de iluminação irregular, as diferentes partes da inflorescência podem receber quantidades de luz díspares, resultando numa coloração manchada e não homogénea. Isto pode ser particularmente problemático em plantações densas ou em instalações de cultivo onde a distribuição das fontes de luz não é ótima. O espaçamento adequado das plantas e a garantia de uma distribuição uniforme da luz são, portanto, essenciais para obter uma cor de flor homogénea e comercializável.

Com o desenvolvimento da tecnologia de cultivo, especialmente com a disseminação da iluminação LED, surgem cada vez mais possibilidades para o controlo preciso do espetro luminoso. Estão a ser realizadas experiências para determinar que combinações de comprimentos de onda são mais vantajosas para maximizar a intensidade da cor de variedades específicas de gérbera. Este conhecimento permite aos produtores influenciar seletivamente a qualidade das flores e produzir produtos ainda mais atraentes para os consumidores, otimizando simultaneamente o consumo de energia.

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